Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar a correlação entre a performance neuromuscular e marcadores indiretos de dano muscular frente a diferentes velocidades da ação muscular excêntrica, pós–sessão de exercício em homens treinados em força. Vinte homens (25,4 ± 2,9 anos; massa corporal de 77,9 ± 9,1 Kg; estatura de 1,75 ± 2,9 m; e percentual de gordura 13,2 ± 6,5 %) com experiência média de 5,4 ± 2,7 anos de treinamento de força participaram do estudo, e foram homogeneamente divididos em relação à força máxima excêntrica em dois grupos: velocidade excêntrica lenta (VEL – n=10) e velocidade excêntrica rápida (VER – n=10). Ambos os grupos realizaram 4 séries de 8 repetições com intensidade de 70% do teste de uma repetição máxima excêntrica (1RMexc); 2 minutos de intervalo de recuperação foi realizado entre séries para o exercício supino reto. A velocidade de execução foi controlada em 3 segundos para o grupo VEL e 0.5 segundos para o grupo VER. O volume total de carga levantada foi equalizado para ambos os grupos. O teste de uma repetição máxima (1RM), percepção subjetiva de dor muscular de início tardio (DMIT) e atividade sérica da creatina quinase (CK) foram avaliados antes (basal) e ao longo de 96 horas pós-sessão de exercício para mensurar de forma indireta a magnitude do dano muscular. O coeficiente de correlação de Pearson foi realizado a partir dos dados picos, com nível de significância de p ≤ 0.05. Foram encontradas correlações significativas entre queda percentual do teste de 1RM e DMIT em 48, 72 e 96 horas pós-sessão de exercício para o grupo VEL e em 24 horas para o grupo VER. Em relação à CK, foi observada correlação significativa com teste de 1RM em 48 horas, apenas para o grupo VEL. Não houve correlação significativa para os grupos VEL e VER entre as variáveis: queda pico em relação ao valor basal do teste de 1RM e concentração sérica pico de CK. Na correlação entre os valores pico das variáveis: teste 1RM e DMIT foram observadas correlação significativa apenas para o grupo VEL. De acordo com os dados obtidos a partir da regressão linear, a DMIT pico foi a variável que melhor explicou (R2 = 0.51) a queda pico no desempenho de 1RM, para o grupo VEL. Em conclusão, nossos dados demonstram que dentro dos marcadores indiretos (CK e DMIT) avaliados em homens treinados em força, a DMIT foi a variável que melhor refletiu a queda da performance neuromuscular pós-sessão de exercício apenas para o grupo VEL.

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