Resumo

O índice de massa corporal (IMC) é freqüentemente recomendado para estimar o estado nutricional de adultos, entretanto esta técnica não prediz a quantidade de gordura corporal, podendo ser questionável a sua utilização para o diagnóstico de sobrepeso e obesidade. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi verificar a correlação existente entre a porcentagem de gordura obtida por equações preditivas por meio da medida de espessura de dobras cutâneas Jackson & Pollock, 1978; Jackson et al. 1980; para densidade corporal; seguidas de Siri et al. 1956, para porcentagem de gordura e o IMC de freqüentadores de uma rede de academias de ginástica da cidade de São Paulo. Foram selecionados 799 alunos, aleatoriamente, sendo 363 homens e 436 mulheres, entre 20 e 49,9 anos de idade. Foram realizadas medidas de massa e estatura utilizando-se balanças da marca Toledo e Estadiômetros da marca Sanny®; as medidas de dobras cutâneas foram realizadas seguindo-se a padronização descrita pelos autores das equações preditivas, utilizando-se adipômetros científicos da marca Sanny®. Os resultados obtidos na correlação linear de Pearson, entre a porcentagem de gordura e o IMC foram estatisticamente significantes para ambos os sexos: r=0,762 (p=0,000) para os homens e r=0,824 (p=0,000) para as mulheres. Considerando que as equações preditivas de gordura corporal utilizadas no presente estudo são generalizadas e teoricamente adequadas aos sujeitos avaliados podemos concluir que, embora tenha havido elevada correlação entre as variáveis, o IMC não foi um bom preditor do estado nutricional, pois apresentou grande discrepância no diagnóstico de sobrepeso e obesidade quando comparado à porcentagem de gordura, além de uma baixa sensibilidade, indicando grande possibilidade de diagnósticos falsos negativos.
 

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