Resumo

Introdução: A prevalência mundial de adolescentes que alcançam as recomendações de atividade física (AF) varia entre 34% e 46%, sendo que, no Brasil, esses valores estão entre 34% e 39%. Assim, identificar os correlatos da AF, em seus diferentes domínios, pode dar suporte a políticas públicas que tenham como objetivo aumentar o tempo ativo entre estudantes brasileiros. Objetivos: Identificar se as características sociodemográficos, ambientais e comportamentais são correlatos do deslocamento ativo para a escola e do tempo ativo durante as aulas de educação física (EF) em adolescentes brasileiros. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, de base escolar, conduzido com os dados provenientes da “Amostra 2” da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (2015), compreendendo 16388 estudantes. A regressão de Poisson foi utilizada para identificar os correlatos do tempo ativo para a escola. Já para identificar os correlatos do tempo ativo durante a EF, utilizou-se modelos de regressão linear hierárquica. Conforme as normas no PPGEF, os resultados são apresentados em dois estudos. Resultados: Estudo 1: A regressão de Poisson revelou que adolescentes mais velhos, que vivem na região Sudeste, e que não possuem veículo motorizado apresentaram maior probabilidade de se deslocar ativamente para a escola. Por outro lado, adolescentes que se denominaram "brancos" parecem ser menos ativos no descolamento, quando comparados aos seus pares “amarelos”, “pardos” e “indígenas”. De forma semelhante, aqueles matriculados em escolas particulares e escolas situadas na área rural são menos propensos a se deslocar de uma maneira ativa. Por conseguinte, meninos que acumularam menos tempo ativo (tercil 1 e tercil 2) durante as aulas de educação física e durante o turno extracurricular, também foram menos propensos a ter um deslocamento ativo para a escola, em comparação aos meninos mais ativos (tercil superior). Estudo 2: Observou-se que o tempo ativo durante a EF foi associado à AF geral, e essa significância foi mantida mesmo quando o tempo ativo durante a EF não foi incluído no indicador AF total. Além disso, identificou-se que “ser menino”, “idade” (associação inversa), “ter boa autopercepção da imagem corporal”, “nível educacional da mãe” e “estudar em escolas com quadra e/ou pátio” foram associados ao tempo ativo durante a EF. A análise de dados também revelou que os estudantes matriculados em escolas localizadas na região Sul acumularam mais tempo ativo durante a EF, quando comparados aos estudantes das regiões Norte, Nordeste e Sudeste. Conclusões: Identificou-se que o deslocamento ativo parece estar negativamente associado ao nível socioeconômico, por outro lado, “viver na região Sudeste” e “ter boa percepção de segurança no caminho para escola” foram positivamente associados a esse tipo de comportamento. A respeito dos fatores comportamentais, os meninos que se deslocam passivamente para a escola também apresentaram menos tempo ativo durante as aulas de educação física e turno extracurricular. O presente estudo também revelou que os adolescentes mais ativos durante a EF escolar tendem a ser mais ativos nos outros domínios da AF. Por último, “meninos”, “adolescentes mais jovens”, alunos matriculados em escolas com melhor estrutura física e aqueles com boa autopercepção da imagem corporal são os grupos mais ativos durante a EF

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