Resumo

Na década de 1970 se iniciou a construção histórica da corrida de rua no Brasil, com os sentidos, formatos e proporções atuais. Embora vários fatores tenham concorrido simultaneamente para a situação, o nome e as ideias de Kenneth Cooper ficariam fortemente associados à memória social da difusão deste hábito no Brasil. O objetivo deste artigo é reconstituir e analisar essa história. Ao invés de confinar as explicações sobre este processo às ações de um único homem, o propósito geral é o de inseri-lo no contexto social e cultural mais geral da época. Transformações na estrutura ocupacional, novas percepções desencadeadas pela rápida urbanização, políticas governamentais para o incentivo de práticas esportivas, oportunidades oferecidas para divulgação de novos métodos de treinamento físico pela cobertura jornalística do futebol brasileiro e novos paradigmas médicos, podem ser apontadas como causas sociais e culturais mais gerais desse processo histórico.

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