Resumo

Assumindo uma perspectiva genealógica, este trabalho descreve a emergência do conceito de Cultura, na modernidade, como uma dupla marca de distinção social inventada por intelectuais germânicos do século XVIII e em contraste com o conceito de civilidade, que vinha se engendrando desde a Idade Média. A partir do texto kantiano Sobre a pedagogia, mostra-se como a articulação entre a Educação e aquele conceito funcionou no sentido de abstrair e idealizar os modos de vida, valores e produções culturais alemães da época como um grande modelo a ser imitado por toda e qualquer sociedade. Como um dos efeitos da vasta crise da modernidade, argumenta-se que a partir da virada lingüística não há mais como continuar assumindo aquele sentido universal para a cultura, de modo que a epistemologia monocultural moderna se estilhaça na forma de muitos multiculturalismos. Palavras-chave : cultura; multiculturalismos; civilidade; Kant; Wittgenstein; virada lingüística; história genealógica.

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