Resumo

O uso de produtos naturais como matéria-prima para a síntese de fármacos tem sido amplamente relatada ao longo do tempo. As plantas medicinais vêm ocupando espaço no tratamento através de medicamentos adequados, ou seja, aqueles que apresentam um perfil de qualidade, eficácia e segurança. Em parte, isto se deve às alterações da legislação de tal modo que as plantas medicinais quando trabalhadas e colocadas na forma de um medicamento, devem apresentar todos os estudos necessários para que o produto possa ser comercializado. Com a finalidade de estabelecer a produção de um fitoterápico a partir de uma matéria-prima vegetal, foi proposto neste trabalho o Panax ginseng para o desenvolvimento deste processo. Totalmente fundamentado em dados de literatura especializada, discutem-se todas as etapas compreendidas desde o cultivo da planta até sua transformação em medicamento. Os principais passos analisados e considerados foram: cultivo; limpeza e avaliação física da espécie colhida; controle de qualidade; identificação da substância ativa; extração do princípio ativo; purificação da micela; esterilização e concentração do extrato; preparação do extrato seco; caracterização biológica considerando os aspectos farmacológicos e toxicológicos; controle físico-químico e microbiológico do extrato seco; determinação quantitativa dos princípios ativos; processo de fabricação da droga; ensaios clínicos; confecção da embalagem e bula; condições de armazenamento e transporte do produto acabado e por fim, o registro. A manutenção da eficácia do fitoterápico ocorre através da constância no teor dos princípios ativos. A variação no teor destes é provocada por vários aspectos tais como: local e época da colheita, clima, luminosidade, parte da planta usada, secagem, processos de extração, entre outros. Cada uma das etapas pode afetar diretamente a qualidade, a segurança e a eficácia do produto final, necessitando-se padronizar todas as etapas desde a droga vegetal até o produto acabado.