Resumo


 

Integra

“Para ser tolerante é preciso fixar o limite do intolerável”, assim se posicionou Umberto Eco. É também este o meu posicionamento. Vamos lá então a ver se nos entendemos!

O que é intolerável? Ditaduras de qualquer tipo ou grupo, económicas e financeiras; a destituição do primado do direito em favor de leis alheias aos imperativos éticos; a indecência e indignidade da fome, pobreza e miséria; a injustiça e corrupção; as guerras de saque de países e povos; o racismo e a xenofobia, a homofobia e a inferiorização da mulher; a usurpação da democracia e do poder público por corporações de interesses; a acumulação e opulência obscenas da minoria à custa da desenfreada exploração e do empobrecimento da maioria; a comercialização dos direitos à educação e à saúde; a transformação da escola em fábrica de visões da vida que roubam às crianças, aos jovens e adultos rituais e oportunidades de ser feliz; a humilhação e opressão dos frágeis pelos fortes; a destruição do sentido da sociedade e comunidade e das pontes intergerações; o arrasamento do Estado e o abandono dos desfavorecidos à sua sorte; as políticas de austeridade encomendadas para desgraçar os debilitados e agraciar os senhores do dinheiro; a predação do ambiente natural, social e existencial; o recurso deliberado ao ludíbrio e à mentira por partidos e políticos que não olham a meios para enganar os eleitores; a manipulação dos cidadãos por comentadores e jornalistas instalados em órgãos mediáticos serventuários dos seus donos…

Há mais, muito mais; a lista peca por escassez, não por exagero.