Resumo


Esta pesquisa qualitativa buscou compreender os sentidos explicitados no processoda metamorfose, da fusão dos dançarinos em cadeira de rodas, através do modeloevolucionista da borboleta, transmutado pelas luzes do palco e toque dos paresandantes. Fundamentamos a interpretação dos resultados na Análise do Discurso, deOrlandi, que entende linguagem enquanto lugar de conflito, tendo no silêncio seuelemento fundante, princípio de toda significação. A subjetividade não se apresentaimediatamente nas falas, pois está camuflada nos silêncios, insinuações, só sendopercebida pelo pesquisador, buscando imagens interiores, vividas entre ser e existirdesses dançarinos. Segundo Durand, do imaginário emergem medos, esperanças,frutos culturais. Para os dezesseis cadeirantes – respondentes das entrevistas semiestruturadas;das associações livres de idéias, mediante palavras indutoras; queassumem, imaginariamente, lugar da dança e animal -, Dançar é aventura, vida nomovimento. Prazer, amor, alegria, liberdade, superação. Corpo, fazendo da cadeira derodas, instrumento, transporte para movimento, arte coreográfica. Ao re-significar suadança, ultrapassam as tradicionais coreografias técnicas, rígidas, de passos emovimentos exaustivamente ensaiados, alcançando nuanças de fluência e cadênciadinamizadoras das percepções dos movimentos de cada indivíduo em suas cadeiras erodas vividas e visualizadas na solidariedade dos andantes. Metamorfoseiam aaparente imobilidade, recobrindo-a de expressões, signos codificados e estabelecidosem diferentes linguagens e estilos. No movimento, os pares procuram entrar no ritmo,forma, vivendo uma energia dançante que se propaga de um corpo para outro. Nessametamorfose final, pela identificação e magia do Amor, o espírito atravessa o corpo,alcançando a humanização na natureza, onde rodas, movimento, aventura de dançarfaz com que se esqueçam dos preconceitos, valores sociais, exclusão, identidadedançante e se preparem para o próximo voo
 

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