Resumo

Inicialmente um esporte de elite, o futebol logo foi “tomado” pelas classes mais populares. Incorporado a um caldo de cultura de base negro-mestiça que operava à margem da sociedade “oficial” – das esferas da política, da cidadania e do mercado –, o futebol foi reinventado a partir de um outro tipo de inteligência corporal. Ao mesmo tempo, ativou as forças da tradição oral e da emergente cultura de massa, tornando-se uma poderosa narrativa mítica do país. A partir dos anos 1930, o esporte de tal modo se emaranhou com o mito moderno da nação popular e mestiça, que acabou se tornando esse mito. Operando no registro da simultaneidade, suas lendas de fracasso e conquista passaram a atiçar os medos e desejos coletivos, definindo dentro de campo, em jogadas e gols, as

possibilidades do país como nação e do brasileiro como povo.

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