Resumo

No contexto de práticas esportivas de natureza competitiva observam-se algumas lacunas na abordagem das cobranças físicas e emocionais exercidas sobre atletas. Neste estudo pretendeu-se, no contexto do esporte competitivo, analisar e interpretar as cobranças e pressões de natureza física e emocional e seus efeitos sobre a robustez mental de 13 garotos sub 13 do Bangu Atlético Clube, Rio de Janeiro. Este grupo de garotos vem jogando junto desde sub 9 e forma uma espécie de família, com apoio mútuo de pais, técnicos e direção do clube. Os dados do corpus de estudo foram obtidos a partir de etnografia nos ambientes de treinamento. Foram efetuadas 7 sessões de observação: 6 de treinamento e 1 de competição com outro time de outro bairro do Rio de Janeiro. Verificou-se que os comandos dos técnicos são positivos, firmes, mas não agressivos. Eles mantêm a disciplina e o moral do time, com mensagens corretivas, visando melhoria do desempenho. Observou-se que o clube desenvolve um conjunto de ações que favorece o desenvolvimento da robustez mental dos atletas. Não há vontade de desistir por parte de nenhum dos 13 garotos observados. As poucas desistências ocorrem mais no final do campeonato, por pressão da escola ou quando há lesões mais sérias.Predomina harmonia, cooperação e espírito esportivo, da parte de técnicos, pais e atletas. O processo de desenvolvimento da robustez mental vai-se desenrolando nos treinos e, sobretudo, nos jogos. Há pressão persistente, dos pais e demais familiares, para que os meninos continuem jogando e não faltem aos treinos.

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