Resumo

A composição corporal tem se mostrado um importante indicador de saúde, visto que muitas doenças crônicas estão relacionadas ao excesso de adiposidade. Neste contexto a avaliação adequada é necessária, com o intuito de se obter o diagnóstico correto em termos de estado nutricional. Desse modo, o objetivo deste estudo foi analisar a relação entre os componentes da composição corporal de estudantes universitários da cidade de Santa Maria, RS obtidos a partir da pesagem hidrostática (PH), da impedância bioelétrica (IB) e da antropometria e a concordância entre os diagnósticos evidenciados. Participaram deste estudo 164 universitários (104 homens e 60 mulheres) com idade entre 18 e 30 anos. Para a determinação da composição corporal, os indivíduos foram avaliados por meio da PH, da IB e da antropometria (massa corporal, estatura, dobras cutâneas, perímetros corporais e diâmetros ósseos), sendo analisadas 48 equações (32 generalizadas e 16 específicas) para avaliação do percentual de gordura corporal (%GC), 7 equações de massa corporal magra (MCM), duas de massa muscular (MM) e duas de massa óssea (MO). Foi utilizada a estatística descritiva, o teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov, o teste t para amostras dependentes, o coeficiente de correlação de Pearson, o erro padrão de estimativa, o erro total e o erro constante, bem como, o diagrama de dispersão de Bland-Altman (1986) e o coeficiente kappa para verificar a concordância dos resultados. O nível de significância adotado foi de 5%. A análise dos dados foi feita com o programa SPSS, versão 14.0. O %GC médio encontrado foi de 16,3% nos homens e 26,3% nas mulheres. Com relação à concordância, as equações generalizadas demonstraram maior poder de precisão da gordura corporal relativa, 16 equações (9 para homens e 7 para mulheres) de Petroski (1995) não apresentaram diferença significativa dos dados obtidos com o método critério, bem como uma equação de Guedes e Guedes (1991) para as mulheres e a IB para os homens. O coeficiente de concordância kappa observado foi baixo (0,44), apresentando poucos diagnósticos coincidentes. A MCM obtida pelas diferentes equações diferiu estatisticamente do resultado obtido com o método critério, já em relação a IB (analisador de composição corporal), apenas os resultados obtidos para os homens não diferiu do método critério. As equações de MM de Janssen et al. (2000) e Lee et al. (2000) apresentaram coeficiente de correlação de r=0,72 para os homens e r=0,76 para as mulheres, bem como não foi observada diferença estatística. Já a MO obtida por meio das equações de Von Döbeln modificada por Rocha (1975) e de Martin (1991) demonstraram resultados estatisticamente diferentes. Com base nos resultados obtidos foi possível concluir que: a) para a determinação do %GC a equação de Petroski (1995) que utiliza como variáveis o somatório da espessura de nove dobras cutâneas e a idade, para os homens, e a que emprega o somatório da espessura de três dobras cutâneas e a idade, para as mulheres, foram as que demonstraram os melhores resultados de concordância com o método de referência, no entanto, os diagnósticos apresentaram-se pouco coincidentes; b) a MCM fornecida pelo analisador de composição corporal mostrou-se aceitável para os homens, já para o grupo feminino os resultados obtidos não foram satisfatórios; c) os resultados de MM apresentaramse concordantes entre as equações em ambos os sexos; e d) as equações de MO demonstram resultados distintos, tanto ao analisar o grupo feminino, quanto o grupo masculino.

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