Resumo

Diante da necessidade de se buscar métodos não invasivos para determinação de limiares de transição fisiológicas o modelo convencional de determinação da velocidade crítica (VC) surge, trazendo consigo uma quantidade elevada de testes que preferencialmente deveriam ser realizados em dias diferentes. O modelo de teste único proposto para determinação da Potência Crítica (PC) parece resolver esse problema, restando a necessidade de se buscar indícios semelhantes em testes de corrida. Assim, o principal objetivo do estudo é verificar se um teste único de corrida em máxima velocidade durante 3 minutos (T3) é válido para determinação da VC de indivíduos fisicamente ativos. Oito indivíduos ativos foram submetidos, em dias diferentes, a um teste incremental em esteira rolante para determinação do consumo máximo de oxigênio (VO2máx), da intensidade do VO2máx (iVO2máx) e da intensidade do primeiro e do segundo limiar ventilatório (VT1 e VT2, respectivamente), três T3 (familiarização, teste e reteste) em pista de 200m para determinação da V3min, da distância percorrida (D3min) e de pico de velocidade (PV3min) (cronometragem manual) e VGPS, DGPS e PVGPS (monitoramento via GPS); e por último três testes máximos de campo em distâncias fixadas em 800m, 1600m e 2400m (em ordem aleatória) para determinação da VC através do modelo trabalho/tempo. A V3min foi identificada 6,7% acima, mas significativamente correlacionada com a VC (r = 0,88). O resultado de ANOVA de medidas repetidas bem como altos coeficiente de correlação intraclasse (ICC: 0,96; 0,87 e 0,96 para D3min, PV3min e V3min, respectivamente), e baixos erros típico de medida indicam que o T3 tem boa reprodutibilidade e indica a possibilidade de descarte da familiarização para o T3. O dispositivo de GPS parece ser confiável para medida da velocidade nos instantes finais do teste, deixando dúvidas quanto a sua confiabilidade em medir o PVGPS e a DGPS. Podemos concluir, portanto, que o T3 é um teste reprodutivo e bem relacionado à VC, podendo ser usado como índice de capacidade aeróbia. No entanto, sugerimos cautela na utilização do teste como meio de determinar a VC.