Resumo

O objetivo do artigo é analisar parte da trajetória de vida de dois jovens que realizaram testes em um grande clube de futebol europeu na década de 1990. As histórias, com desfechos distintos, têm um início comum: a escola de futebol Nova Geração. Os dados analisados foram obtidos a partir de entrevistas, dos diários de campo e das matérias jornalísticas que retratam a escola. As análises sugerem que encaminhar um menino na carreira de futebolista profissional, principalmente nas camadas populares, é um projeto familiar. Além disso, o processo de seleção e treinamento dos novos talentos não mais dispensa a inserção dos jovens escolhidos em sistemas rígidos de treinamentos em clubes ou escolinhas. O capital adquirido nos treinamentos é de difícil reconversão no caso de uma profissionalização frustrada ou ainda no momento da aposentaria do jogador profissional. Esse quadro demonstra que a escolha da profissão oferece inúmeros riscos para aqueles que se aventuram em conquistá-la. 

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