Editora Casa da Educação Física. Brasil 2020. 240 páginas.

Sobre

É indubitável que a ciência tem corno matéria prima o conhecimento. Não obstante, o dinamismo e o utilitarismo com base nas idiossincrasias e objetivos políticos, não raro, tem desviado os saberes de seu verdadeiro propósito: tornar o mundo mais humana.. tornar a convivência mais pacífica e saudável.

Hodiernamente, a complexidade da "ordem hipermoderna", por vezes, tem dificultado a compreensão de alguns fenômenos de amplo alcance e de consequente impacto societário. Dentre eles, é possível citar o fenômeno desportivo.

Neste diapasão, tal a sua magnitude que a academia tem encontrado consideráveis dificuldades em estabelecer taxonomias acerca das formas e objetivos da prática desportiva.

As diversas morfologias que, de contorno à conteúdo, influenciam o fenômeno desportivo atrevem-se, sobremaneira, aos usos, costumes, à ética, à ordem moral e, em última análise, ao Direito.

Nesta esteira, as formas de convivência social recebem, cotidianamente, influências de um universo desportivizado. É possível inferir que a Ciência do Desporto vai encontrar seus pilares para a perene construção do seu estatuto epistemológico, nas-formas de alimentação, no vestuário, no conceito de saúde, enfim, nos matizes civilizadores que traduzem a alma das diferentes culturas.

Com efeito, neste percurso de universalização das culturas, o Direito Desportivo atreve-se, por seus ordenamentos, a garantir, com fulcro no espirito da lei, a sobrevivência do homo-sportivus.

Neste certame, entre a natureza e a cultura e que o ator principal é o ser humano, o Direito Desportivo vai em busca da garantia da dimensão lúdica do ser humano. Sim, a ludicidade, algo essencial ao jogo e ao desporto, que envolve a homeostasia biossocial e, sobretudo, que nos torna capazes de vivenciar a nossa humanidade mais pura e singular.

É, por derradeiro, neste derbi acadêmico e científico no cosmo jurídico que o GEDD, desde sua inauguração já há dezoito anos, tem, de forma comprometida e legitima por seu pioneirismo no Brasil, reafirmado o seu compromisso com a sociedade no que tange ao estudo, a investigação e a extensão sob a égide do Direito Desportivo. 

Angelo Vargas

Professor Responsável pelas cátedras de Direito Desportivo 1,11,111 e IV da Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil Professor Titular da UNESA

Presidente da Sociedade Brasileira de Direito Desportivo Auditor do Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol do Estado do Rio de Janeiro