Resumo

O objetivo deste estudo foi descrever os aspectos que estão relacionados às diretrizes necessárias para a formulação de programas e ações de atividade física para idosos participantes dos Grupos de Convivência do município de São José - SC, que embasem as políticas públicas de promoção de saúde municipal. Este estudo foi do tipo descritivo. Os sujeitos do estudo foram 116 idosos e 19 coordenadores participantes de grupos de convivência, dois dirigentes administrativos da rede de atendimento ao idoso do município de São José e um representante do Conselho Estadual do Idoso – CEI de Santa Catarina. Os instrumentos de coleta de dados foram: os resultados do banco de dados de pesquisa (MAZO, 2005); entrevistas com os sujeitos do estudo; e análise dos documentos sobre a rede de atendimento ao idoso do município. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva e da análise de conteúdo. Verificou-se que a maioria dos idosos é do sexo feminino, é ativa fisicamente, apresenta doenças, está satisfeita com sua saúde, o estado de saúde atual está pior quando comparada há cinco anos atrás e dificulta a prática de atividade física para 75% dos idosos pouco ativos. A Rede de atendimento aos idosos do município de São José está centrada na Secretaria Municipal da Ação Social, que por intermédio do Departamento da Terceira Idade, administra o Centro de Atenção à Terceira Idade - CATI. Neste Centro são realizadas diversas atividades para os idosos. Em relação aos programas de atividade física (PAF) oferecidos aos idosos do município, verificou-se que 76,7% dos idosos e 84% dos coordenadores não conhecem os PAF e apenas 22,4% dos idosos conhecem. Dos idosos, 81,9% não participa de nenhum PAF e somente 7,8% deles participam dos programas no CATI. Sobre os PAFs atenderem as necessidades dos idosos, 79% dos coordenadores dizem que não atendem. Para os dirigentes administrativos os PAF atendem as necessidades daqueles idosos que freqüentam os PAF do CATI regularmente. Os dirigentes e 47% dos coordenadores acreditam que existam dificuldades financeiras e políticas que prejudicam a expansão dos PAFs. Para melhorar o atendimento aos idosos com relação aos PAFs, 37,9% dos idosos e 74% dos coordenadores sugerem que sejam disponibilizados professores de Educação Física e 16,4% dos idosos e 21% dos coordenadores que sejam implantados PAFs em outros locais além do CATI. Os dirigentes acreditam que deva ser incentivada a criação de novos grupos de convivência. Para o CEI existem duas formas para realização dos PAFs, mediante convênio com organizações não-governamentais ou a ascensão do programa como ação própria da Prefeitura Municipal. Para tanto, sugere-se para melhorar e ampliar os PAF do município, as seguintes diretrizes: descentralização dos PAF; contratação de profissionais de Educação Física; conscientização sobre um envelhecimento ativo e benefícios da prática regular de atividade física; estabelecimento de parcerias com instituições públicas e privadas, a implementação das premissas previstas pelo CATI e maior divulgação do atendimento prestado ao público idoso do município para a comunidade em geral.