Resumo

Na actual configuração da sociedade as pessoas tornaram-se objectos de consumo e reféns da ansiedade. Esta situação é favorecida por uma globalização guiada pela teologia do merca-do, bem como pela tendência de intervencionismo e de policia-mento dos nossos comportamentos e passos. É sobre este plano de fundo que se instituem uma política e um negócio que exploram o capital da insegurança e do medo. Isso mesmo acontece no domínio das actividades corporais, tendo gerado um poderoso movimento ideológico e económico que instituem o activismo físico e um totalitarismo higienista e securitário como pedras basilares do estilo de vida urbano. No corpo consumido e consumidor é praticado um controlo sem precedentes e ficam bem à vista a crise da identidade, o mal-estar e as marcas de irracionalidade, de fanatismo, alienação e escravidão que povoam a conjuntura pós-moderna. A máxima do carpe diem,que rege o quotidiano, e o paradigma produtivista, que orienta e desvirtua a ciência, tornaram urgente a necessidade de almejar o equilíbrio e a sensatez, de reinventar a transcendência e de revalorizar o conhecimento de orientação.

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