Resumo

Vivemos um momento singular para o esporte, afinal, bate a porta os Jogos Olímpicos do Rio em 2016. Pensando nisso, o Caderno de Educação Física e Esporte buscou valorizar uma importante área dentro do esporte, que emerge tanto nos megaeventos esportivos quanto no esporte escolar e amador, haja vista sua importância e diferencial no que tange a preparação e o desempenho de atletas nesses diferentes níveis de competição. A Psicologia do Esporte é uma ciência que investiga os aspectos emocionais no contexto esportivo, estando vinculada tanto à Psicologia quanto às Ciências do Esporte1. Neste sentido aspectos, como exemplo, motivação, ansiedade, estresse, estados de humor, coping, burnout, aderência e treinamento mental, surgem para aumentar o conhecimento sobre suas repercussões em diferentes aspectos que contemplam os desempenhos individuais ou coletivos nos esportes. Quanto analisando a jovem história da psicologia do esporte no Brasil, desde o primeiro trabalho de intervenção em 1958 feita por João Carvalhaes, psicólogo do São Paulo Futebol Clube, até os dias atuais2, percebe-se um aumento significativo de profissionais que trabalham na área, assim como de pesquisadores que produzem conhecimento, bem como de pessoas que consomem essa informação, seja para conhecimento pessoal ou aplicação prática.   Desta forma, a composição de um Dossiê em Psicologia do Esporte é um esforço inicial de desenvolver um anuário que apresente contribuições de pesquisadores da área pois as publicações são apresentadas de forma relativamente esparsas ou em periódicos que reúnem artigos de todas as áreas da psicologia. Assim, esse Dossiê está composto por seis artigos originais que contemplam diferentes temas da psicologia do esporte.  Nesse Dossiê apresentamos um artigo tratando a modalidade mais conhecida pelos brasileiros e um aspecto psicológico que tem rendido grande debate na comunidade científica. Trata sobre o burnout em atletas de futebol, buscando explicar os aspectos relacionados com a exaustão física e emocional. Contamos com o trabalho que analisa as habilidades de coping em atletas escolares brasileiros, apresentando com clareza a necessidade de que treinadores contribuam no desenvolvimento destas habilidades com vistas ao desempenho esportivo. Um trabalho relacionando aos motivos que levam praticantes de academias a prática do treinamento de força. Contribuições assim nos ajudam a planejar e intervir positivamente para a mudança de comportamento da população de atletas ou apenas quem busca qualidade de vida e saúde. Os árbitros esportivos da natação são contemplados em uma amostra homogênea de árbitros de diferentes níveis, apresentando as características dos mesmos, demonstrando as preocupações com erros, dúvidas na ação e perfeccionismo. Um artigo analisando os estados de humor e a ansiedade como fatores que influenciam o desempenho esportivo em atletas de futsal durante um período competitivo, sob a ótica da Teoria da Catástrofe. Por fim, um artigo sobre os estados de humor que apresentam uma relação íntima com o rendimento esportivo e sua avaliação, controle e regulação sugestionam uma possibilidade de estar no momento da competição em ótima condição emocional. É evidente a diversidade presente nos artigos que compõem o Dossiê Psicologia do Esporte, tanto pelas diferentes temáticas quanto por contemplar articulistas e seus colaboradores de diferentes regiões do Brasil (Minas Gerais, Pará, Paraná e Santa Catarina). Tenho certeza de que com a leitura dos artigos, novas conclusões e questionamentos serão instigados. Esperamos que em breve um novo Dossiê em Psicologia do Esporte seja apresentado nesse periódico, fortalecendo tanto a área como as publicações no formato do Dossiê.

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