Resumo

O ano de 2014 inaugurou um importante período de eventos esportivos para o país, que voltou a receber a Copa do Mundo de Futebol masculino após 64 anos e receberá em 2016, pela primeira vez, as Olimpíadas e Paralimpíadas. Na esteira dessas grandes competições esportivas, o Observatório Brasil da Igualdade de Gênero lança esta edição de sua Revista sobre a temática “Mulheres no esporte”, trazendo um conjunto de artigos e entrevistas com a intenção de apresentar análises sobre o acesso de meninas e mulheres às práticas desportivas e ao lazer.

O texto que abre a Revista do Observatório, Esporte e lazer: Direitos de meninas e mulheres de todas as idades, de Beatriz Helena Matté Gregory, apresenta o caminho de avanço e destaque feminino no esporte nacional e reflete sobre as barreiras que ainda persistem e precisam ser ultrapassadas para que o direito ao esporte e lazer seja exercido em condições de igualdade entre mulheres e homens.

O artigo As mulheres, o esporte e o direito de ser, de autoria de Silvana Vilodre Goellner, historiciza a participação feminina na prática do esporte e discute como se deu a luta das mulheres para poderem praticar (quase) todas as modalidades desportivas e frequentar espaços relacionados ao esporte e ao lazer. Em seguida, o Coletivo de pesquisadoras/es da Redeh nos presenteia com o artigo Mulheres em campo driblando preconceitos, texto que discute a invisibilidade histórica das mulheres que “se aventuram pelos gramados” no país do futebol. Também discutindo a participação e aspectos da profissionalização feminina na modalidade reconhecida como “paixão nacional”, Heloísa Reis e Osmar Souza Júnior contribuem com o artigo A invisibilidade e a trajetória das mulheres no futebol brasileiro. O artigo Representações sociais da dor no Mixed Martial Arts (MMA) feminino, de Luís Otávio Teles Assumpção e Emanuelle Santos Camelo, revela-nos uma leitura muito interessante sobre como as mulheres praticantes das Artes Marciais Mistas lidam com as lesões, a dor e os preconceitos em um espaço quase totalmente ocupado pelos homens. Por outro lado, o interessante estudo elaborado a partir da análise da mídia impressa, As mulheres e a imprensa esportiva, de Elaine Romero e Erik Giuseppe, discute como a imprensa esportiva brasileira noticia e apresenta as/os atletas, contribuindo para a perpetuação de estereótipos de gênero e a desigual visibilidade dada às mulheres atletas. Na sequência, Gênero e esporte na escola: Reflexões a partir da Declaração de Brighton sobre mulheres e esporte, de Helena Altmann, traz um rico debate sobre a aprendizagem esportiva escolar no Brasil e as questões de gênero, a partir do documento internacional do qual o Brasil é signatário. O artigo redigido por Cássia Damiani, Avanço da participação das mulheres nas políticas públicas de esporte, analisa sob a perspectiva de gênero as políticas públicas desenvolvidas e implementadas pelo Ministério do Esporte. Finalizando a seção de textos, o artigo Dados sobre Mulheres e Esporte no Brasil: desafios para as políticas públicas, redigido pela equipe técnica do Observatório Brasil da Igualdade de Gênero, discute a limitada disponibilidade de informações, dados e estatísticas sobre mulheres e esportes.

Por fim, a Revista apresenta as entrevistas realizadas com Terezinha Guilhermina (atleta paralímpica do atletismo e integrante do Conselho de Atletas do Comitê Paralímpico Brasileiro) e Adriana Behar (ex-jogadora de vôlei de praia e atual Gerente de Esportes de Alto Rendimento do Comitê Olímpico Brasileiro). Pode-se conhecer, assim, um pouco mais sobre as suas trajetórias no esporte, os desafios de suas carreiras e as suas contribuições para a igualdade de gênero no mundo dos esportes.  

Boa leitura a todas e todos!
 

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