Resumo

A juventude e as lutas sociais Com essa epígrafe estamos nos reportando aos últimos acontecimentos protagonizados pela juventude brasileira que, juntamente com outros segmentos da sociedade, foram às ruas das cidades brasileiras, para reacender o fogo das lutas sociais e garantir a luta por direitos civis e políticos, isto é, pelo imenso projeto de formação da “cidadania como um processo em construção”1. Como se pode verificar, a juventude brasileira voltou às ruas após vinte anos, no maior ascenso do movimento popular depois do movimento “Fora Collor” em 1992. Os jovens foram às ruas, mostrando a cara pintada e a força popular contra os aumentos dos preços dos transportes públicos. “Inicialmente pareciam apenas lutar por vinte centavos no rebaixamento da tarifado transporte coletivo, que ganhou força com o emblemático protagonismo do Movimento Passe Livre e da Frente de Luta pelo Transporte Público de Qualidade”. O rebaixamento na tarifa do transporte coletivo foi conquistado em mais de cinquenta cidades. O ponto de partida desses protestos está diretamente ligado à questão da mobilidade urbana, o aumento do preço da passagem. Trata-se, portanto, de uma retomada das lutas sociais pela juventude brasileira, cujas mobilizações “tem o potencial de lançar as bases para construir força na sociedade brasileira suficientes para retomar a luta pelas reformas estruturais”.2 O que era uma luta específica se tornou uma indignação generalizada. Ela tem origem no desmonte dos serviços públicos essenciais (saúde, educação, segurança, etc.). A amplitude das mobilizações exigiram a imediata apresentação e a execução de propostas definidas pelo poder público. Entre as muitas bandeiras içadas, o combate à corrupção, o incremento da saúde, a melhoria do ensino, na crescente destinação para os ricos, os grandes bancos e os monopólios privados dos recursos que deveriam ser investidos nessas áreas e, com ênfase, o repúdio à PEC 37.

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