Resumo

Historicamente o futebol teve uma trajetória marcada pela marginalidade científica e literária. Durante muito tempo ele foi visto como o ópio do povo, sendo considerado um elemento alienante presente na cultura de massa1 . Muitos intelectuais eram reticentes a ideia, ou possibilidade, de que existiam grupos que não atuavam como a teoria previu2 . Desta maneira, a forma de análise de tais grupos foi através da exclusão, pois estes indivíduos não expressavam a consciência de classe desejável (por essa teoria/teóricos) e, por isso, acabaram sendo academicamente desprezados. Como destacou Castoriadis (1982), é a Teoria, e não a experiência dos indivíduos e dos seus grupos, que define o que é classe social ou o que deve ser a sua consciência de classe. Em síntese, é possível afirmar que a irracionalidade atribuída às massas – como as que se reúnem em torno do futebol – foi resultado do excessivo apego dos intelectuais aos seus paradigmas, produzindo, com isso, o preconceito científico e político para com as manifestações populares. 

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