Resumo

A presente pesquisa tem como objetivo analisar o processo de construção da minha prática docente militante, a partir de uma investigação biográfica narrativa. O trabalho centra-se na discussão acerca dos atravessamentos de gênero no contexto escolar e nos sentidos dados à Educação Física nos diferentes espaços, momentos e aprendizagens que experenciei durante o estágio de docência do curso de Educação Física – Licenciatura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Quanto aos instrumentos de produção das fontes, utilizei os diários de campo construídos durante as disciplinas de Estágio de Docência de Educação Física no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, no período de agosto de 2015 a junho de 2016. A metodologia utilizada baseia-se na análise da minha experiência, tendo como foco a inter-relação entre aprendizagem e reflexividade. Nesse contexto, a trajetória docente é rememorada e problematizada a fim de trazer questionamentos que contribuam com o percurso autoformativo da professora. O processo analítico emergiu dois eixos de investigação: i) a construção do “eu” professora: a prática docente militante no estágio supervisionado; ii) o movimento “Ocupa Braun” e o protagonismo das estudantes. A partir disso, foi possível verificar que o lugar da Educação Física escolar precisa ser ressiginificado a fim de que meninas e mulheres sintam-se estimuladas a ocuparem esse espaço. Também se observou que a disciplina deve debater suas funções na escola procurando dialogar com os anseios da sociedade contemporânea. Conclui-se que a docência é política e se manifesta nas mais diversas formar de ensinar.

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