Resumo

Essa pesquisa trata sobre a precarização do trabalho do professor de Educação Física (EF) na conjuntura de mudanças no mundo do trabalho na sociedade capitalista contemporânea. Para tanto, iniciamos o estudo fazendo uma discussão sobre a dimensão ontológica do trabalho e sobre de que forma este é organizado hegemonicamente na sociedade capitalista. Apontamos que o trabalho sofreu mudanças em sua morfologia ocorridas nas ultimas décadas mas ainda ocupa um lugar central dentre os eventos da vida em sociedade. Vimos também relações históricas entre trabalho e educação, bem como as principais mudanças nas políticas educacionais que aconteceram na década de 1990 no Brasil. Concluímos que estas reformas privilegiam características mercadológicas como produtividade e competitividade e foram influenciadas por organismos internacionais que representam os interesses apitalistas. Apresentamos elementos sobre a constituição da profissão docente e da formação profissional em EF. Analisamos o processo de proletarização docente e concluímos que o trabalho do professor se encontra em franca precarização. Realizamos entrevistas com cinco professores de EF da rede pública de ensino para obter dados da realidade concreta destes trabalhadores diante do contexto de mudanças no mundo do trabalho. Analisamos os dados empíricos buscando a ideia de totalidade, e concluímos que os professores de EF tem dificuldade em entender as mudanças mais gerais no mundo do trabalho. Além disso, são socialmente desvalorizados, enfrentam condições materiais de trabalho precárias e encontram diversos desafios na busca pela qualificação. Concluímos por fim que as condições precárias em que se desenvolve o trabalho docente na sociedade capitalista são fruto de limites artificiais impostos pela burguesia e apontamos a necessidade de organização coletiva dos professores como forma de defender os interesses públicos da educação e de buscar melhores condições de trabalho.

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