Resumo

A literatura sugere que a prática regular de exercícios físicos é benéfica para a manutenção da saúde em diferentes faixas etárias. Dentre crianças e adolescentes, o desenvolvimento da aptidão física (APF) ocasiona benefícios físicos, cognitivos e sociais. Nesse contexto, é papel da Educação Física Escolar (EFE) promover conhecimentos e práticas que visem a manutenção da saúde por meio do exercício físico. Contudo, estudos têm mostrado que a EFE não tem cumprido esse papel, pois as aulas não atingem os níveis de intensidade recomendado para o aumento da APF, não oferecem aos alunos subsídios teóricos e práticos para adoção de um estilo de vida ativo e encontram-se centradas apenas em práticas esportivas. Objetivo: verificar o impacto de procedimentos de ensino centrados em atividades ginásticas e subsidiados pelas bases teórico-pedagógicas que trazem como escopo principal a promoção da saúde sobre a APF relacionada à saúde, o conhecimento e o escore de atividade física em escolares do Ensino Médio (EM). Metodologia: Estudo de delineamento quase experimental com amostra não probabilística intencional composta por 40 alunos (24 meninos, 16 meninas) com média de idade de 14,5 anos (sd= ±0,6). A APF foi medida mediante os testes sentar e alcançar, corrida de 9 minutos e abdominal em 1 minuto. O conhecimento foi medido por prova teórica, com valor máximo de 10 e mínimo de zero. O escore de atividade física (ATF) foi estimado pela versão longa do International Physical Activity Questionaire (IPAQ). Em 32 aulas de EF, com duas turmas de Ensino Médio (EM) os procedimentos de ensino incluíram conteúdos gímnicos: ginástica elementar, Ginástica Intervalada e corridas e cognitivos: explanação verbal e distribuição de textos como atividade extraclasse e atividades esportivas. Resultados: Foram encontradas mudanças significativas na resistência abdominal, flexibilidade e conhecimento para ambos os sexos e na resistência aeróbia para meninas. A resistência aeróbia para os meninos, bem como o escore de ATF para ambos os sexos não tiveram mudanças significativas estatisticamente. Houve forte correlação entre a frequência às aulas e os resultados nos testes de abdominal e escore de ATF, correlação moderada entre frequência e flexibilidade e correlação fraca entre frequência e resistência aeróbia e frequência e nota da prova teórica. Conclusão: Os resultados encontrados indicam que as aulas de EF, trabalhadas mediante procedimentos de ensino que proporcionem aos alunos contextualização entre prática e teoria e exercícios com intensidade adequada à modificação da APF relacionada à saúde, podem ter impacto sobre a APF e o conhecimento em aulas de EF no EM. 

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