Resumo

A partir da década de 1980 é possível perceber em vários países o crescente desenvolvimento de políticas públicas, mesmo que em tempos e formas diferentes, voltadas para as questões da desigualdade, da segregação e da exclusão, em diversos campos e dimensões da sociedade, destacando-se a educação escolarizada e a perspectiva da inclusão. Embora o panorama legal seja favorável e no campo teórico já tenhamos produção quantitativa e qualitativamente considerável, quando se discute a temática da inclusão educacional, o cenário atual que se apresenta ainda é coberto de contradições, dúvidas e insegurança, sobretudo no campo da intervenção. Como consequência destes desacordos, contrariando as expectativas iniciais, o paradoxo da inclusão/exclusão tem se tornado mais evidente e até mais frequente no ambiente escolar, na medida em que os alunos com necessidades educacionais especiais ou com deficiência chegam às classes comuns no denominado ensino regular. Além das questões de formação profissional, este contexto mostra-se influenciado pela representação e pela percepção que os professores têm acerca do tema. A partir deste cenário o objetivo do presente estudo foi identificar e analisar as representações que os professores de Educação Física têm acerca da inclusão e desta para com a Educação Física na escola no que se refere ao atendimento do aluno com necessidades educacionais especiais ou com deficiência nas salas regulares, nas aulas de Educação Física. O estudo foi realizado junto à rede publica municipal de ensino em um município da Região Metropolitana de Campinas. O delineamento metodológico seguiu o modelo de pesquisa qualitativa de cunho descritivo. O método utilizado para coleta de dados foi composto por questionário com questões fechadas e entrevista pelo método de Grupo Focal. Os resultados apontaram tendência de entendimento e atendimento ainda baseado no paradigma médico e maior facilidade no atendimento de alunos com deficiência física em relação à deficiência intelectual.

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