Resumo

Com as mudanças societárias que ocorreram no final do século XX, percebemos o empoderamento de vários movimentos sociais (feminista, negro, moradia, LGBTQIA+, indígena, educação, ambiental, dentre outros) que passaram a lutar por seus direitos em um sistema político-econômico capitalista, meritocrático e desigual. Sem sombra de dúvidas, essa nova realidade tencionou a produção de conhecimento realizada na Universidade, onde os(as) seus(suas) docentes começaram a considerar esses saberes para realizar as suas pesquisas, práticas de ensino e atividades de extensão. Especificamente na área de Educação Física (escolar), o período de redemocratização do Brasil foi fértil para que as teorias curriculares pudessem ser produzidas e problematizadas levando em consideração a efervescência cultural, política, social e econômica da classe trabalhadora brasileira. É nesse contexto que o tema da justiça social ganha relevância e se torna extremamente importante para as professoras e os professores do componente curricular que atuam na Educação Básica. Portanto, participam dessa obra educadores(as) defendem a consciência democrática, a valorização das diferenças e a diminuição das desigualdades econômicas com projetos educativos que evidenciem essas demandas nas atividades que envolvam as práticas corporais, o corpo consciente e a saúde coletiva. Assim, os capítulos do livro abordam esses temas a partir de diversificadas teorias da Educação Física Escolar, apontando para debates que podem ajudar a pensar em transgressões e resistência nos processos de formação docente e na prática político-pedagógica produzida por professoras e professores do componente curricular que ministram as suas aulas em escolas brasileiras. Inclusive, o livro assume um desafio de partilhar perspectivas distintas de se pensar a Educação Física sob a ótica da justiça social, se apoiando no idealismo de que só se avança qualitativamente na construção do campo progressista, se permitirmos dialogar com a outra e o outro como legítimos contribuintes na discussão. Por fim, essa obra aponta para uma ecologia de saberes contra hegemônicos que podem ajudar a construir a área de Educação Física rompendo, de forma definitiva, com o paradigma da esportivização reducionista e da aptidãofísica, possibilitando que a justiça social se torne a temática que une educadores e educadoras que não aceitam as injustiças sociais que marcam a história da humanidade nesse início de século XXI.