Resumo

Diversos estudos têm sugerido que a suplementação da taurina ([tau]) aumenta o desempenho aeróbio enquanto a ingestão de álcool pode diminuir. Além disso, a [tau] tem sido utilizada para antagonizar os efeitos adversos do álcool. Entretanto, a influência dessas substâncias no exercício, assim como os mecanismos neurofisiológicos envolvidos, permanece desconhecida. O objetivo do estudo foi analisar a resposta aguda da ingestão de [tau] e do álcool na eficiência mecânica grossa (GME) e na atividade eletroencefalográfica da potência absoluta da banda de frequência alfa. Participaram do estudo nove voluntários jovens e não atletas, sendo cinco do sexo feminino (idade: 24 ± 4,38 anos; estatura: 166,5 ± 10,8 cm; peso: 62,6 ± 13,6 kg). Todos os sujeitos realizaram um teste de esforço máximo em rampa, no ciclo ergômetro, utilizando o analisador de gases para determinar o limiar anaeróbio (V-slope e equivalente ventilatório). Os sujeitos foram suplementados previamente ao teste de GME. Para analisar a potência absoluta da alfa (PAA), em cada teste foram realizados em repouso, três exames de eletroencefalográfia (EEG), antes e após a ingestão da substância, e após o exercício. A randomização dos grupos foi realizada de acordo com a suplementação: Placebo (6g), [tau] (6g), álcool (0,6 g/kg) e [tau] (6g) com álcool (0,6 g/kg), de forma contrabalanceada. Foram realizadas coletas de sangue antes e após o teste de eficiência mecânica para analisar as concentrações plasmáticas de álcool. Para comparação da GME, em diferentes tratamentos, foi aplicada uma ANOVA one way com medidas repetidas e o post hoc de Bonferroni. A concentração plasmática de álcool previamente ao teste não apresentou diferença significativa quando comparados os grupos álcool e [tau] com álcool. A GME foi significativamente menor após a ingestão de álcool, quando comparada com a suplementação de taurina. Entretanto, quando o álcool foi ingerido associado com a [tau], não houve diferença significativa em relação aos outros grupos. Foi verificado interação entre momentos e tratamentos na PAA. Conclui-se que a ingestão de [tau] atenuou o efeito adverso do álcool na eficiência mecânica, demonstrando uma resposta protetora aguda durante o exercício. Além disso, a v ingestão de [tau] aumenta a atividade eletrocortical, no córtex frontal direito, duas horas depois da ingestão. A ingestão de álcool diminui a atividade eletrocortical, no córtex frontal esquerdo, trinta minutos após a ingestão, porém quando essa substância é associada com a taurina essa diminuição é maximizada no pico e mantida após o exercício.

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