Resumo

Segundo Garber et al. (2011) vários são os componentes que integram a aptidão física. Dentre eles, a composição corporal, aptidões cardiorrespiratória, neuromotora e neuromuscular influenciam de forma positiva na qualidade de vida e na promoção da saúde. Sendo a força e a flexibilidade valências físicas que compõe a aptidão muscular e neuromotora, a concorrência de ambas tem despertado o interesse de vários pesquisadores e vem sendo usadas como objeto de diversas pesquisas científicas. A flexibilidade, que é trabalhada a partir de diferentes métodos de alongamento, tem como principal objetivo manter ou melhorar a amplitude de movimento, prevenir lesões, retardar dores musculares e se realizado de forma crônica promover melhorias sobre o desempenho físico. Estes diferentes métodos de alongamento são comumente utilizados como parte integrante da rotina de aquecimento (HIGGS; WINTER, 2009). A literatura vem mostrando que alguns autores têm se preocupado em investigar a influência dos diferentes métodos de aquecimento (alongamento estático passivo, alongamento facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP), alongamento balístico e aquecimento específico) sobre o percentual da massa corporal (NELSON; KOKKONEN; ARNALL, 2005), sobre o número de repetições máximas (BARROSO et al., 2012; FRANCO et al., 2008) e sobre o teste de 1RM (BACURAU et al., 2009). No entanto, a literatura é escassa de estudos que analisam o efeito dos diferentes métodos de aquecimento sobre uma sessão de treinamento de força. Nelson et al. (2005) verificaram o efeito do alongamento estático sobre o desempenho da força em dois experimentos. Para o primeiro experimento os autores usando 40% e 60% da massa corporal verificaram após a condição sem alongamento e alongamento estático o número máximo de repetições. No segundo experimento o número de repetições máximas também foi verificado para as mesmas condições (sem alongamento e alongamento estático), porém usando 50% do peso corporal. Para 40% e 60% do peso corporal, o alongamento estático teve um rendimento no número de repetições máximas 9,8% e 24% menor quando comparado com a condição sem alongamento. No segundo experimento usando 50% do peso corporal, o rendimento do número de repetições máximas para o alongamento estático foi 28% menor quando comparado com a condição sem alongamento. Analisando a concorrência dos métodos de alongamento estático e FNP sobre o número de repetições máximas, Franco et al. (2008) também realizaram dois experimentos. Para o primeiro experimento os autores verificaram se diferentes números de séries de alongamento estático influenciavam no número de repetições máximas (1 série de 20 segundos, 2 séries de 20 segundos e 3 séries de 20 segundos). No segundo experimento verificaram a influência do alongamento FNP e de diferentes tempos de sustentação do alongamento estático no número de repetições máximas (1 série de 20 segundos e 1 série de 40 segundos). Os resultados mostraram que o número de séries de alongamento não influenciou na produção de força. De forma contrária, o tempo de sustentação se mostrou prejudicial na produção de força havendo diferença significativa entre o grupo que não alongou com o grupo que realizou uma série de 40 segundos de alongamento estático. Assim como entre o grupo que não alongou com o alongamento FNP e o grupo que realizou uma série de 20 segundos de alongamento estático com o alongamento FNP. Verificando o efeito de diferentes métodos de alongamento sobre a força em membros inferiores, Bacurau et al. (2009) realizaram seis exercícios de alongamento estático cada um com três séries e todos sendo mantidos por 30 segundos. Para o alongamento balístico os sujeitos realizavam a mesma quantidade de exercícios e séries, porém a perna que sofria a intervenção executava movimento na forma de pendulo respeitando uma frequência de subidas e descidas durante um minuto. Sendo assim, os autores observaram que a força diminuía após a realização do alongamento estático (13,4%) e o alongamento balístico não promovia qualquer tipo e alteração. O alongamento estático proporcionou um aumento da amplitude de movimento articular maior que o alongamento balístico. Barroso et al. (2012) compararam o efeito agudo dos alongamentos estático, balístico e FNP sobre o número máximo de repetições no exercício leg-press. Quando realizados antes dos testes de força, todos os três protocolos de alongamento tiveram o seu rendimento inferior quando comparado com o grupo sem alongamento. Sendo assim, para o número de repetições máximas as reduções foram as seguintes: grupo sem alongamento vs FNP a queda no rendimento foi de 27,77%; grupo sem alongamento vs alongamento estático, queda de 20,83%; grupo sem alongamento vs alongamento balístico, queda de 17,77%. Como pode ser visto a literatura além de controversa também é escassa em estudos que avaliam o efeito dos diferentes métodos de alongamento sobre a produção da força. Desta forma, a presente dissertação de mestrado possui um caráter original que, além de preencher uma lacuna do conhecimento, poderá ter uma boa aplicabilidade prática esclarecendo quais seriam os reais efeitos agudos dos diferentes métodos de aquecimento (alongamentos estático passivo, alongamento FNP, alongamento balístico e aquecimento específico) em uma sessão de treinamento de força (STF) para membros inferiores. Sendo assim, o objetivo da presente dissertação de mestrado foi comparar o efeito agudo do alongamento estático, alongamento FNP, alongamento balístico e aquecimento específico sobre volume total e a força (número de repetições) em uma sessão de treinamento de força para membros inferiores.

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