Resumo

Introdução: Os exercícios físicos são recomendados para melhora da saúde e qualidade de vida e, vários estudos indicam seus benefícios na diminuição dos riscos cardiovasculares, dentre eles, a hipertensão arterial sistêmica, em função dos seus efeitos na redução da pressão arterial. A técnica de exercícios com restrição do fluxo sanguíneo (RFS) vem sendo uma estratégia alternativa para promover além de hipertrofia, ganho de força e efeito hipotensor. Objetivo: Analisar o efeito agudo da realização de exercício aeróbio e resistido com RFS sobre a pressão arterial sistólica (PAS), a pressão arterial diastólica (PAD), o duplo produto (DP) e a frequência cardíaca (FC). Metodologia: Participaram do estudo 11 adultos saudáveis, entre 18 e 30 anos, normotensos, que realizaram duas sessões de exercícios, sendo uma de exercício aeróbio, com intensidade ajustada em 50%-60% da frequência cardíaca de treinamento (FCtr) e uma sessão de exercício resistido sendo ambas com RFS. As sessões foram randomizadas e tiveram intervalo de sete dias entre elas, sendo a sessão aeróbia realizada por trinta minutos em esteira ergométrica e a sessão de exercício resistido, realizada em cadeira extensora, utilizando a escala de percepção de esforço para determinação da carga em baixa intensidade, com três séries de quinze repetições e com repouso de um minuto entre as séries. Durante o repouso (antes do exercício), ao final do exercício, e a cada 10 minutos da recuperação, ou seja, no 10º, 20º, 30º, 40º , 50º e 60º minuto, após os exercícios com RFS, foram avaliadas a PAS, PAD, FC e realizado o cálculo do DP. Para análise dos resultados foi utilizado o software SPSS-20.0. Para a avaliação das medidas hemodinâmicas ao longo do tempo (uma hora) foi utilizado o teste de ANOVA medidas repetidas e para a comparação entre as condiçoes de exercício aeróbio e exercício resistido, aplicou-se o teste T de Student. O nível de significância de 5% foi adotado para todas as análises (p<0,05). Resultados: Em relação ao efeito agudo do exercício aeróbio e resistido com RFS, constatou-se diferença entre as duas condições na PAS, na PAD, na FC e no DP, ao final do exercício (p=0,04; p=0,03; p=0,001; p=0,001, respectivamente), sendo observado maiores valores na condição de exercício aeróbio com RFS. Na análise das variáveis hemodinâmicas ao longo do tempo, não houve diferença significativa em ambos os protocolos de exercícios, para PAS, PAD, FC e DP, do repouso aos 60 minutos de recuperação (p>0,05).Com exceção ao DP, a PAS, PAD e FC retornaram aos seus valores basais no 10º minuto de recuperação. Conclusão: Os resultados deste estudo demostraram que não houve efeito hipotensor agudo nas duas condições de exercícios com RFS. Por outro lado, já no décimo minuto de repouso houve a recuperação das variáveis PAS, PAD e FC. O protocolo de exercício aeróbio com RFS promoveu maior sobrecarga no sistema cardiovascular, ao final do exercício, quando aplicado em jovens saudáveis e normotensos.

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