Resumo

Os acréscimos na força e na massa muscular obtidos por meio do exercício resistido (ER) com a restrição de fluxo sanguíneo (RFS), realizado com baixa intensidade e baixo volume, apresentam magnitudes semelhantes ao ER tradicional realizado com altas intensidades e altos volumes. Os objetivos do presente estudo foram: (a) sistematizar as evidências científicas disponíveis sobre as alterações agudas promovidas pelo ER combinado com a RFS sobre a pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC) e duplo produto (DP) em indivíduos jovens; (b) comparar o efeito agudo do ER realizado com e sem a RFS sobre a FC, o DP, a saturação de oxigênio (SpO2) e a percepção subjetiva de esforço (PSE) em jovens normotensos; (c) comparar o efeito hipotensivo do ER realizado com e sem a RFS em indivíduos jovens normotensos. O estudo de revisão mostrou resultados divergentes quando comparados os protocolos de baixa intensidade com a RFS vs. baixa intensidade vs. alta intensidade sobre a PA e FC. Além disso, apresentou que as alterações na PA, FC e DP parecem não se diferenciar entre as idades e entre os segmentos corporais (superior vs. Inferior), porém parecem ser influenciadas pela largura do esfigmomanômetro. Para as sessões experimentais, vinte e quatro homens (21,79 ± 3,21 anos) realizaram em ordem aleatória quatro protocolos experimentais em desenho cruzado (crossover): a) ER de alta intensidade a 80% de 1RM (AI), b) ER de baixa intensidade a 20% de 1RM (BI), c) ER de baixa intensidade a 20% de 1RM combinado com a restrição parcial do fluxo sanguíneo (BI+RFS) e d) controle (CON). A pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD), pressão arterial média (PAM), FC, SpO2 e PSE foram medidas antes e após os protocolos experimentais e a PAS, PAD, PAM e a FC ao longo de 60 min. Os resultados indicaram que todos os protocolos de ER elevaram significativamente a FC pós-exercício e durante os 60 min (p<0,05) e o DP pós-exercício (p<0,05), porém sem diferença entre os protocolos. Os protocolos de BI e BI+RFS reduziram o SpO2 pós-exercício (p=0,033; p=0,007) e o protocolo de BI+RFS apresentou uma PSE maior nos membros inferiores quando comparado ao de AI (p=0,022). Os três protocolos AI, BI, BI+RFS apresentam respostas hipotensivas durante os 60 min na PAS (p<0,05). O protocolo BI+RFS promoveu respostas hipotensivas na PAD durante os 60 min (p<0,05) e os protocolos AI e BI+RFS apresentaram respostas hipotensivas nos 30 e 60 min (p<0,05; p<0,05), respectivamente, na PAM. Conclui-se que o ER realizado com baixa intensidade combinado com a RFS parece reduzir o SpO2 pós-exercício, elevar a FC e o DP, além de apresentar uma PSE maior nos membros inferiores. A resposta hipotensiva pós-exercício ocorreu nos três protocolos com um percentual maior para o exercício de AI na PAS, na PAD para o protocolo de baixa intensidade combinado com a RFS e na PAM para os protocolos de AI e BI+RFS.

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