Resumo

O treinamento de força (TF) é um dos meios mais populares para o aumento da performance muscular e desenvolvimento morfológico muscular. A manipulação das variáveis agudas do TF são pontos chave para obtenção dos resultados desejados. A frequência semanal é uma importante variável que, quando manipulada pode alterar a distribuição de estímulos ao longo da semana, desta forma podendo aumentar ou diminuir o descanso de determinado grupo muscular e também alterando as respostas fisiológicas ao treinamento. Neste sentido, o presente estudo tem como objetivo verificar os efeitos crônicos de dois protocolos distintos na frequência semanal, duas sessões versus três sessões por grupo muscular, no desempenho e morfologia muscular em sujeitos treinados. A amostra foi composta por 20 homens hígidos (idade: 28,8±6,1 anos; estatura: 172,8±5,1 cm; massa corporal: 70,2±7,4 kg; experiência: 3,5±0,8 anos e frequência semanal: 4,4±0,5 sessões/semana) Os sujeitos foram pareados de acordo com os níveis de força máxima basal e então distribuídos de maneira aleatória em um dos dois grupos experimentais: duas sessões semanais para cada grupamento muscular (grupo 2xsem, n = 10); três sessões semanais para cada grupamento muscular (grupo 3xsem, n = 10). A intervenção teve duração de 8 semanas. Foram realizados pré e pós-intervenção as seguintes avaliações: teste de uma repetição máxima (1RM) e teste de 60% de 1RM (60%1RM) nos exercícios supino reto e agachamento, análise da espessura muscular dos músculos flexores do cotovelo (EMFC), tríceps braquial (EMTB), vasto lateral (EMVL) e quadríceps anterior (EMQA) (reto femoral + vasto intermédio). Na análise da Carga Total Levantada (CTL), foi calculado a CTL total e semanal dos protocolos. A Carga Interna de Treinamento (CIT) foi obtida através da escala de OMNI sessão a sessão com o fim de determinar a CIT total e semanal. Ambos os grupos apresentaram incrementos significantes nos testes de 1RM no supino reto (2xsem Δ%=15,4, p=0,001; 3xsem Δ%=20,5, p<0,001) e agachamento (2xsem Δ%=51,5, p<0,001; 3xsem Δ%=56,3, p<0,001). Ambos os grupos apresentaram incrementos significantes nos testes de 60%1RM no supino reto (2xsem Δ%= 16,2, p=0,019; 3xsem Δ%=20,9, p=0,007) e agachamento (2xsem Δ%=11, p=0,032; 3xsem Δ%=28,7, p<0,001). Em relação a espessura muscular, ambos os grupos apresentaram aumentos significantes na EMFC (2xsem Δ%=6,9, p=0,027; 3xsem Δ%=8,9, p=0,003), EMTB (2xsem Δ%=8,4, p=0,001; 3xsem Δ%=15,7, p<0,001), EMVL (2xsem Δ%=11,2, p<0,001 e 3xsem Δ%=5, p=0,035) e EMQA (2xsem Δ%=12,1, p<0,001; 3xsem Δ%=21, p<0,001). A CTL total das oito semanas foi significantemente aumentada pela frequência de treinamento (p<0,001). Não houve diferença significante na CIT entre grupos ao longo das oito semanas (p=0,270). Não foram observadas diferenças significantes entre grupos em nenhuma das variáveis de força e espessura muscular analisadas. O tamanho do efeito favoreceu o 3xsem para alguns parâmetros, sugerindo um ligeiro benefício para a maior frequência de treinamento. Conclui-se que, tanto 2xsem como 3xsem aumentam significativamente as adaptações neuromusculares, com similares adaptações entre condições.

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