Resumo

Introducao: diferentes estrategias de treinamento fisico, principalmente para o desempenho e aprimoramento das capacidades fisicas, tem sido estudadas no ambito da pratica desportiva de alto rendimento ou recreativa. Dentre essas, encontra-se o treinamento fisico com restricao de fluxo sanguineo (RFS). Objetivo: analisar o efeito cronico do treinamento de alongamento com RFS antes e durante o exercicio nos niveis de flexibilidade em sujeitos destreinados. Metodologia: estudo com desenho experimental, sendo a amostra composta por 24 homens (18 a 30 anos), adultos, destreinados, agrupados aleatoriamente em 3 grupos: G1 – Grupo Restricao de Fluxo Sanguineo (GRFS), que realizou o protocolo de alongamento, utilizando a tecnica de RFS durante todo protocolo; G2 – Grupo Isquemia Precondicionante (GIPC), que realizou antes do protocolo de alongamentos uma Isquemia Precondicionante a 60% de RFS; e G3 – Grupo Controle (GCON), que realizou apenas o treino de alongamentos, sem RFS. O protocolo de alongamento foi o mesmo para todos os grupos com movimentos articulares especificos, semelhantes as posicoes de hatha yoga, e seguiu as recomendacoes do American College of Sports Medicine (ACSM): frequencia de 3 sessoes semanais e 3 series de 60 segundos de alongamento ativo, durante 6 semanas. Foram avaliadas as amplitudes de movimento (ADM) antes e depois de 2, 4 e 6 semanas da Flexao Dorsal do tornozelo (FDT); Flexao Plantar do Tornozelo (FPT); Flexao de Quadril com Joelho Estendido (FQJE); Flexao de Quadril com Joelho Fletido (FQJF); Flexao de Tronco (FT). Para a analise dos dados, foi utilizado o pacote estatistico Statistical Package for the Social Science (SPSS – 20.0). O teste utilizado foi ANOVA de medidas repetidas, com post hoc de Bonferroni, adotando-se um P≤0,05. O tamanho do efeito e a variacao percentual Δ% foram parametros utilizados para verificar a magnitude das mudancas. Resultados: nao foram observadas diferencas significativas entre os grupos em nenhum dos movimentos (P=0,718) para a FDT; (P=0,727) para a FPT; (P=0,392) para a FQJE; (P=0,908) para a FQJF; e (P=0,067) para a (FT). Nas avaliacoes pre e pos intervencao intra grupos houve melhoras significativas. Na FDT todos os grupos aumentaram significativamente a flexibilidade, e o GRFS obteve a maior variacao (GRFS P=0,001; Δ=78,5%; GIPC P=0,001 Δ=39,3%; GCON P=0,001 Δ=71,0%). Para a FPT nao houve diferencas significativas pre e pos intervencao, como maior variacao para o GIPC (GRFS P=0,119; Δ=8,3%; GIPC P=0,100 Δ=9,0%; GCON P=1,00 Δ=2,3%). Para a FQJE todos os grupos aumentaram significativamente pre e pos intervencao, com maior variacao para o GIPC (GRFS P=0,001; Δ=11,7%; GIPC P=0,001 Δ=13,8%; GCON P=0,001 Δ=12,5%). Para a FQJF apenas os grupos GRFS E GCON aumentaram significativamente com maior variacao percentual para o GRFS (GRFS P=0,009; Δ=4,5%; GCON P=0,001 Δ=4,3%), o GIPC nao obteve aumentos significativos (GIPC P=0,063; Δ=3,6%). Para FT todos os grupos aumentaram significativamente com maior variacao para o GIPC (GRFS P=0,037; Δ=18,6%; GIPC P=0,001 Δ=48,1%; GCON P=0,020 Δ=21,9%). Conclusao: o treinamento de flexibilidade com RFS durante o exercicio indicou ser efetivo na FDT, FQJF. E quando se utilizou a RFS antes do exercicio de alongamento, em forma de isquemia precondicionante (IPC) melhorou o movimento de FPT FQJE e FT.

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