Efeito de diferentes frequências de treinamento de força sobre a hipertrofia e força musculares em homens treinados

Após o exercício de força ocorre elevação momentânea na taxa de síntese de proteína muscular que excede a taxa de degradação. A hipertrofia muscular é o acúmulo de proteína decorrente de sucessíveis sobreposições de síntese pela degradação. Após um período de treinamento observa-se estagnação da hipertrofia e redução na duração da sobreposição da síntese sobre a degradação. Portanto, parece razoável supor que o aumento da frequência semanal de treino promove maior síntese proteica muscular global da semana e, consequentemente, hipertrofia muscular em indivíduos treinados. OBJETIVO: Este estudo apresenta o efeito de diferentes frequências de TF sobre a hipertrofia e força musculares em homens treinados. MÉTODOS: Vinte quatro homens treinados (idade 26,3 ± 4,5 anos, altura 175,8 ± 5,3, %G 14,1 ± 5,3) foram selecionados (mínimo de três anos de experiência com TF) e randomizados em dois grupos: uma rotina split body (SB) (n = 12) e total body (TB) (n = 12). A rotina TB foi realizada para a maioria dos grupos musculares na mesma sessão, os quais foram treinados 5 dias por semana. Na rotina SB os mesmos grupos musculares foram treinados, porém um grupo muscular por dia. Os grupos musculares receberam a mesma quantidade de séries e carga (8-12 RMs) por semana, independentemente da rotina. Os exercícios utilizados foram: leg press 45º, agachamento livre, mesa flexora, panturrilha em pé, supino reto, remada sentada, rosca direta, triceps testa, elevação lateral, abdominal solo e lombar na mesa romana. Os sujeitos foram testados pré e pós-intervenção para massa (raios-x de dupla energia – DEXA) e força (1RM) musculares. Os exercício testados para a força foram supino reto e agachamento livre. RESULTADOS: Houve aumento na massa muscular total (P = 0,007) sem diferença entre grupos (∆% do SB = 1,0 ± 1,6 kg e ∆% do TB = 1,3 ± 2,2 kg; P = 0,619). Para a força muscular, houve aumento para o supino (P < 0,001) e para o agachamento (P < 0,001). Porém, para ganho de força, não houve diferença entre os grupos para o supino (∆% do SB = 5,3 ± 5,5 kg e ∆% do TB = 10,4 ± 8,6 kg; P = 0,147) e o agachamento (∆% do SB = 6,8 ± 7,1 e ∆% do TB = 9,7 ± 7,5; P = 0,357). CONCLUSÃO: A frequência de treino não interfere nas adaptações do músculo (ganhos de força e massa musculares) após oito semanas de TF em homens treinados.