Resumo

Introdução: O estado de treinamento é um dos fatores que podem influenciar na frequência de treinamento, e de fato, evidências têm sugerido que sujeitos previamente treinados tenham necessidade de realizar o treinamento de força (TF) em maiores frequências semanais, com intuito de aumentar o desempenho de força e a massa muscular. Objetivo: Comparar as alterações no desempenho de força dinâmica máxima (1RM) dos membros inferiores e na área de secção transversa (AST) do músculo quadríceps femoral, após a realização de um programa de treinamento de força distribuído em diferentes frequências semanais, em um grupo de indivíduos previamente treinados em força. Materiais e Métodos: A amostra foi composta por 24 sujeitos do sexo masculino, com idade entre 18 e 35 anos, que participaram de um programa de TF de nove semanas. Os sujeitos foram distribuídos em duas condições: TFVE - treinamento de força com volumes equalizados e, TFVN - treinamento de força com volumes não equalizados. O protocolo de TF utilizou o exercício leg press 45º (unilateral) como único exercício, e deste modo, cada um dos membros inferiores (MMII) foi submetido a uma das frequências semanais de treinamento propostas (i.e., uma e três vezes). O teste de 1RM no exercício leg press 45º (unilateral) e as medidas de AST do músculo quadríceps femoral foram realizados nos momentos pré e pós-treinamento. Resultados: Os aumentos nos valores de 1RM foram significantes (p<0,001) e similares, nas diferentes frequências de TF tanto da condição TFVE (16,0 ± 10,0% e 17,2 ± 12,2% para uma e três vezes por semana, respectivamente) quanto da condição TFVN (19,4 ± 13,1% e 24,6 ± 14,2% para uma e três vezes por semana, respectivamente). Para AST, também houve aumentos significantes (p<0,001) e similares, nas diferentes frequências de TF tanto da condição TFVE (2,1 ± 2,1% e 2,0 ± 2,8% para uma e três vezes por semana, respectivamente) quanto da condição TFVN (1,5 ± 2,6% e 4,1 ± 5,0% para uma e três vezes por semana, respectivamente). Quando o effect size (ES) e o intervalo de confiança (IC) foram calculados, pôde-se observar que a maior frequência de treinamento apresentou melhores resultados nos valores de 1RM e AST, somente quando foi permitida a realização de um maior volume de treinamento (i.e., TFVN). Conclusão: O TF realizado três vezes por semana demonstrou aumentos de 1RM e AST similares àquele realizado somente uma vez, independentemente ou não da equalização do volume de treinamento. Quando a maior frequência de TF pôde proporcionar um maior volume total de treinamento, valores significantes do IC do ES foram observados para ambas as adaptações. Portanto, se indivíduos treinados necessitam de maiores volumes de treinamento para que sejam observados aumentos tanto na força quanto na massa muscular, alternativas como o aumento da frequência do TF podem ser consideradas

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