Resumo

Estudos em modelo animal sugerem que os níveis de estrógeno possam ter efeito protetor sobre o músculo esquelético ao dano muscular. No entanto, as evidências em seres humanos sobre a influência do ciclo menstrual sobre dano muscular induzido pelo exercício físico são controversos. O objetivo dessa revisão sistemática foi sintetizar as evidências sobre a influência do ciclo menstrual na resposta ao dano muscular induzido pelo exercício físico. A pesquisa foi realizada em quatro bases de dados (PubMed, Scopus, SPORTDiscus e Web of Science) e dois pesquisadores independentes avaliaram cada estudo para inclusão e qualidade metodológica. Foram identificados 45 registros, dos quais sete estudos originais foram elegidos. Foi observada grande heterogeneidade entre os estudos em relação ao protocolo de exercício, marcadores indiretos de dano muscular e o dia do ciclo menstrual avaliado. Três estudos indicaram correlação negativa entre as concentrações basais de estrógeno com as alterações dos marcadores indiretos de dano muscular pós-sessão de exercício. No entanto, de forma geral, os estudos não demonstram grande efeito do ciclo menstrual sobre o dano muscular, com resultados conflitantes entre as fases folicular e lútea para concentrações de creatina quinase e perda de força muscular pós-sessão de exercício. Nenhum estudo indicou diferença significativa entre as fases do ciclo menstrual sobre a dor muscular de início tardio. Em conclusão, as evidências dos efeitos do ciclo menstrual sobre o dano muscular induzido pelo exercício são poucas, e mais pesquisas são necessárias para elucidar melhor a relação com os marcadores indiretos de dano muscular.

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