Resumo

Introdução: O controle da infecção pelo HIV através da TARV, acarretou em diversos efeitos adversos as pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA), como as síndromes lipodistrófica e de wasting. O treinamento físico tem sido indicado como forma de retardá-los ou amenizá-los, os estudos com treinamento físico para PVHA têm mostrado efeitos positivos sobre o controle autonômico cardíaco, composição corporal, força muscular e na capacidade cardiorrespiratória. Métodos: Sete PVHA, do sexo masculino, sob uso da TARV, foram submetidas a uma intervenção com treinamento concorrente durante 18 semanas. O treinamento resistido teve característica de periodização ondulatória, e o treinamento aeróbio prescrito em intensidade leve e de forma linear. O controle autonômico cardíaco foi avaliado pela variabilidade da frequência cardíaca através dos domínios da frequência (HF, LF e a razão LF/HF). Foi aplicado o teste de caminhada de seis minutos para a avaliação da capacidade cardiorrespiratória e do desempenho neuromuscular. Para a avaliação da força muscular foi utilizado o método da tonelagem absoluta, calculada a cada microciclo e mesociclo. As variáveis antropométricas foram analisadas por segmento corporal, sendo obtidas a massa gorda total, do tronco e dos membros superiores e inferiores, além da massa corporal e IMC.A análise estatística foi realizada através do cálculo do tamanho do efeito (d de Cohen), exceto para a análise da tonelagem absoluta, que foi analisada através do teste ANOVA one-way, com post hoc de scheffe. Resultados: Foram encontrados tamanhos de efeito alto (d>0,80) para a análise da variabilidade da frequência cardíaca para as variáveis LF e HF, mas não para a razão LF/HF, após 18 semanas. Também foram encontrados efeitos moderados (d>0,50) ou fracos (d>0,20) para a composição corporal e no desempenho cardiorrespiratório. Além de diferenças significativas para a força muscular a partir do 4º mesociclo. Conclusão: O treinamento concorrente induziu efeitos positivos no controle autonômico cardíaco, na composição corporal, no desempenho cardiorrespiratório e na força muscular, assim, a prescrição de treinamentos com variações de cargas, como aplicado neste estudo, deve ser indicado como forma de intervenção não medicamentosa para PVHA.

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