Resumo

Dentre os modelos alternativos de potência crítica podemos destacar os de "inércia"
aeróbia e o exponencial. No entanto, até o momento, não há estudos que buscaram
testar a validade desses modelos em diferentes situações experimentais. Como a
potência crítica (PC) representa teoricamente a maior intensidade mantida por
processos aeróbios sem a utilização dos estoques energéticos anaeróbios, a estimativa
da mesma não poderia ser influenciada pela manipulação prévia das reservas
anaeróbias (CTA). O objetivo deste estudo foi verificar o efeito do exercício prévio
sobre a estimativa dos parâmetros do modelo de "inércia" aeróbia e exponencial.
Dezesseis indivíduos (22,7±3,3anos; 73,6±11,9kg; 175,1±9,0cm) realizaram em
duas etapas testes preditivos no cicloergômetro para a estimativa dos parâmetros.
Na etapa sem a depleção prévia parcial da CTA (SD) foram realizados 4-5 testes
retangulares, sendo que 3-4 deles deveriam induzir o indivíduo à exaustão entre 1-
10min, e o teste adicional em um período menor que 1min. Na etapa com depleção
prévia parcial da CTA (CD) foram realizados novamente 4-5 testes com as mesmas
cargas da etapa anterior, no entanto, inicialmente foi realizado um "tiro" de 180s em
uma intensidade em que o indivíduo toleraria 300s, seguido por 30s de pausa. As
estimativas dos parâmetros foram calculadas por meio das equações de "inércia"
aeróbia [tempo = CTAinércia / P - PCinéricia . (1 - exp(-tempo/ôinércia))] e
exponencial [P = PCexponencial + (Pmax - PCexponencial) . exp(-tempo/
ôexponencial)].A ANOVA two-way foi realizada para comparar a PC estimada nos
procedimentos SD e CD, e entre os modelos exponencial e de "inércia" aeróbia.As
associações foram estabelecidas pela correlação de Pearson. A PCinércia-SD
(125,3±47,9W) e PCexponencial-SD (158,1±46,7W) não foram diferentes em
relação a seus pares no protocolo CD (126,1±46,9W e 164,6±52,7W,
respectivamente) (p>0,05), apresentando uma alta correlação (r=0,978 e 0,951,
respectivamente). Apesar disso, foi verificada diferença entre a PC estimada pelos
diferentes modelos, tanto na etapa SD quanto CD (p<0,01).As correlações da PC
entre os modelos nas mesmas situações experimentais foram de r=0,989 SD e
r=0,981 CD. Desta maneira, conclui-se que o exercício prévio seguido de um curto
período de recuperação não afeta a estimativa da PCinércia e PCexponencial. Rev. bras. Educ. Fís. Esp., São Paulo, v.20, p.277-95, set. 2006. Suplemento n.5. • 287
XI Congresso Ciências do Desporto e Educa

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