Resumo

Em habilidades como o nadar tem se creditado o sucesso à consistência do comportamento, negligenciando o papel da flexibilidade. Nesse sentido, com o objetivo de investigar o efeito da modificação da tarefa na braçada do nado crawl em indivíduos em níveis de habilidades distintos, partiu-se da visão de complementaridade entre consistência e flexibilidade do comportamento motor habilidoso. Crianças (42), com média de 8,7 anos de idade, com domínio do nado crawl, participaram do experimento. Usando o instrumento de análise do nível de proficiência do nado crawl, dois grupos, de 15 sujeitos cada, em níveis de habilidades distintos foram formados. Medidas de aspectos invariantes e variantes foram utilizadas para analisar as braçadas na tarefa de deslocar-se 30 metros em três velocidades. Segundo os resultados, os nadadores mantiveram a organização temporal da braçada (OTB) nas três condições experimentais; o grupo mais habilidoso (+H) apresentou a OTB mais estável; e, as alterações de desempenho foram efetuadas, exclusivamente a partir de ajustes dos aspectos variantes das braçadas. Em função dos resultados conclui-se que a aquisição do nadar, vista como um processo contínuo, envolve a formação de representações mentais que asseguram tanto a consistência (aspectos invariantes) como a flexibilidade (aspectos variantes) da braçada e, que sua complexidade está associada ao nível de habilidade dos nadadores.

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