Resumo

O treinamento com pesos (TP) tem sido um dos exercícios físicos mais empregados nos últimos anos, sobretudo para a melhoria dos componentes da composição corporal, de forma isolada ou combinada a utilização de suplementos nutricionais como a creatina. Portanto, o objetivo do presente estudo foi verificar o impacto de oito semanas de TP e da suplementação de creatina sobre a composição corporal total e regional determinada por absortometria radiológica de dupla energia (DEXA). Para tanto, 56 indivíduos saudáveis, do sexo masculino, após serem acompanhados por 19 semanas, foram divididos em quatro grupos, dos quais dois foram submetidos à prática regular de treinamento com pesos por oito semanas (duas programações, quatro sessões semanais, nove exercícios/sessão, quatro séries de 6-12 RM), associada à suplementação de creatina (CRT, n = 14, idade = 22,4 ± 2,8 anos) ou placebo (PLT, n = 14, idade = 23,2 ± 2,3 anos). O restante dos sujeitos compôs o grupo controle que se manteve sem qualquer envolvimento com programas regulares de exercícios físicos, contudo, consumindo creatina (CRC, n = 14, idade = 23,9 ± 2,5 anos) ou placebo (PLC, n = 14, idade = 24,1 ± 3,0 anos). A suplementação de creatina ou placebo (maltodextrina) foi consumida em quatro doses de 5 g/dia durante os cinco primeiros dias (20 g/dia). A partir daí, uma única dose de 3 g/dia foi ingerida nos 51 dias subseqüentes. A composição corporal total e regional foi determinada por absortometria radiológica de dupla energia (DEXA), com a água corporal total (ACT) sendo estimada por bioimpedância. A massa muscular (MM) foi calculada pela equação de Kim et al. (2004). Registros alimentares de sete dias foram aplicados para o controle dos hábitos nutricionais. ANOVA e ANCOVA para medidas repetidas, seguidas pelo teste post hoc de Scheffé, quando P < 0,05, foram utilizadas para o tratamento dos dados. Aumentos estatisticamente significantes foram encontrados na massa corporal, IMC, ACT, MM e tecido magro nos grupos CRT, PLT e CRC (P < 0,01). Não foram encontradas diferenças significantes entre os grupos em nenhum dos momentos do estudo nas variáveis conteúdo mineral ósseo e gordura corporal relativa (P > 0,05). Tanto o TP quanto a suplementação de creatina não resultaram em diferentes comportamentos na composição corporal regional (P > 0,05). Os resultados indicam que a suplementação de creatina, isolada ou associada ao TP, pode aumentar a quantidade de ACT e de massa muscular. Além disso, parece haver um efeito adicional da suplementação de creatina quando associada ao TP no que tange a hipertrofia muscular. Palavras-chave: treinamento com pesos, suplementação de creatina, composição corporal, massa muscular, DEXA.

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