Resumo

Os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) são as afecções com maior índice entre as doenças ocupacionais, tornando-se a segunda causa de afastamento do trabalho no Brasil. Entretanto, existem poucos estudos sobre a abordagem fisioterápica na saúde ocupacional. Este estudo teve como objetivo investigar os efeitos analgésicos promovidos pela crioterapia nos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. A amostra foi composta por 36 pacientes portadores de DORT, subdivididos em quatro grupos, sendo dois experimental (lesão aguda e crônica com tratamento conservador acrescido da crioterapia) e dois controle (lesões agudas e crônicas com apenas tratamento conservador). Os indivíduos foram submetidos a avaliação fisioterápica pré e pós-terapia (escala análoga de dor, estesiometria, dinamometria digital manual) e a dez sessões de fioterapia. Os tratamentos propostos apresentavam como protocolo o uso de ultra-som terapêutico, Estimulação Elétrica Neuro-Transcutânea – TENS convencional, cinesioterapia e crioterapia nos grupos experimental e ultra-som US, TENS, cinesioterapia nos grupos de controle. Os resultados foram analisados utilizando-se o teste t de Student, com um nível de significância inferior ou igual a 5% (P0,05) para a avaliação de dor e força muscular e o teste Não Paramétrico de Friedman, com um nível de significância inferior ou igual a 5% (P0,05), para a avaliação de sensibilidade. Como resultados foi observado que todos os tratamentos conservadores e experimentais apresentaram efeitos terapêuticos significativos no controle da dor em pacientes com distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. A crioterapia mostrou ser mais eficaz na redução do quadro álgico em pacientes com DORT nas fases iniciais (I e II). Já nos casos crônicos (III e IV), não evidenciamos diferença significativa na redução da dor entre o grupo experimental e o controle, apesar dos efeitos analgésicos significativos nas análises pós-terapia. Os procedimentos terapêuticos associados à crioterapia mostraram-se ser eficazes para o aumento da força muscular, apesar de não ocorrer diferença significativa com os grupos controle. Nas alterações de sensibilidade, não foram observadas melhoras significativas com a utilização dos recursos terapêuticos propostos.

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