Resumo

O objetivo deste estudo foi o de verificar os efeitos da crioterapia de imersão em indicadores bioquímicos, neurais e motores de desempenho e reativação parassimpática em jogadores de futebol sub-20. Após a partida de futebol, 20 atletas de futebol (18,18 ± 0,48 anos, 70,94± 6,61 Kg, 177,25 ± 5,23 cm, 12,17 ± 3,33 % de gordura corporal e 677,78 m ± 168,86 percorridos no Yo-Yo Intermitent Recovery 2) foram aleatoriamente separados em dois grupos: 10 no grupo crioterapia (imersos até a crista ilíaca em água fria em 15ºC por 15 min) e 10 no grupo controle (sentados por 15 min). Foram coletados indicadores bioquímicos (CK, LDH e leucograma), indicadores motores (salto de impulsão vertical), indicadores neurais (escalas de percepção subjetiva de dor) e indicadores de reativação parassimpática (componentes da Variabilidade da Frequência Cardíaca) antes da partida e 1, 24 e 72 horas após o protocolo de recuperação. Para verificar diferenças entre os momentos, entre os grupos e a interação entre os momentos e os grupos utilizou-se estatística Generalized Estimating Equations (GEE), com p<0,05. O comportamento de todas as variáveis apresentou-se similar em ambos os grupos experimentais. A CK retornou aos valores iniciais em 72 h no grupo controle, mas não no grupo crioterapia. A LDH retornou aos valores iniciais em 24 h no grupo controle e no grupo crioterapia em 72 h após. No grupo crioterapia, os leucócitos em 24 h já haviam retornado as concentrações iniciais o que não ocorreu no grupo controle. Em ambos os grupos os neutrófilos e monócitos retornaram aos valores iniciais em 24 h. Os linfócitos elevaram sua concentração inicial apenas 24 h e em 72 h ainda não haviam retornado. A percepção de dor muscular apresentou valores menores no grupo controle em 72 h. A altura do salto vertical em ambos os grupos diminuiu no momento 24 h, mas retornou aos valores pré em 72 h. Dos indicadores de reativação parassimpática, o grupo crioterapia apresentou valores de HF e LF/HF mais elevados em 72 horas. Desta forma foi observado que a utilização da crioterapia de imersão (15 min em 15ºC) para a recuperação muscular de atletas após partida de futebol foi eficaz para acelerar a reativação parassimpática, mas não apresentaram diferenças para os demais indicadores.  

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