Resumo

Vários estudos epidemiológicos demonstram que a obesidade aumenta significativamente o risco de morbidade e mortalidade em função de alterações cardiovasculares. O número de pacientes com artérias periféricas severamente doentes que não podem ser eficazmente tratados com as técnicas de revascularização atuais aumentou, e por causa da isquemia grave perdem o membro, assim afetando negativamente a qualidade de vida desses indivíduos. A terapia angiogênica é uma técnica promissora que demonstra que fatores de crescimento são capazes de aumentar a densidade capilar, podendo ser essa técnica utilizada para reduzir o impacto da isquemia em pacientes que não tiveram uma resposta satisfatória ao tratamento clínico convencional. Numerosas substâncias tem a habilidade de intensificar o processo de angiogênese para compensar a isquemia do tecido, entre as drogas utilizadas para essa finalidade está a prostaglandina E1 (PGE1), um vasodilatador que aumenta a perfusão periférica de sangue e melhora a função endotelial. Portanto, o objetivo do nosso estudo é analisar a gênese de capilares sanguíneos em músculo esquelético do membro caudal de ratos obesos e controle, submetidos à isquemia e sobre a ação da PGE1 administrada por via intramuscular. Foram utilizados 57 ratos, linhagem Wistar, distribuídos aleatoriamente em dois grupos, obesidade e controle, redistribuídos em dois subgrupos, isquemia (I) e isquemia com injeção intramuscular de PGE1 (I+PGE), novamente redistribuídos em dois subgrupos, 14 e 28 dias de observação. Para a análise dos resultados, foram utilizadas técnicas histológicas de coloração com hematoxilina e eosina (HE) e imunohistoquímica. Variáveis antropométricas (peso corporal e adiposidade) e perfil lipídico foram analisados. Os resultados demonstram um aumento estatisticamente significativo no número de capilares (I+PGE 28 dias 10,2 ± I 28 dias 2,0 vs. 7,2 ±0,3 e I+PGE 14 dias 9,3±0,3 vs. I 14 dias 5,5 ±0,5) e razão capilar/fibra muscular (1,70 ± 0,10 I + PGE vs. 0,93 ±0,06 I) no grupo obesidade com aplicação intramuscular de PGE1 aos 28 dias de observação. Na técnica de imunohistoquímica com os anticorpos primários, anti-VEGF para detecção do receptor-3 do Fator de Crescimento Endotelial Vascular (VEGF) foram identificadas marcações determinando a positividade da reação. Pode-se concluir que a terapia angiogênica induziu um aumento no número de capilares e consequente pode ter melhoraro o fluxo sanguíneo no nosso modelo experimental, porém estudos clínicos em seres humanos necessitam ser realizados para atestar esta efetividade.

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