Resumo

OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi comparar o desempenho no teste de potência de membros inferiores e flexibilidade de atletas de voleibol do gênero feminino, categoria sub-16, submetidas exclusivamente ao treino de força com atletas submetidas ao treino de força e flexibilidade.
MÉTODOS: As atletas foram divididas em dois grupos. Um grupo realizou o treinamento de força (GTF) e o outro grupo efetuou o treinamento de força e flexibilidade (GTFF). O período de treinamento foi de dois meses. Para a avaliação da potência de membros inferiores e flexibilidade optou-se, respectivamente, pelo teste de salto horizontal e sentar-e-alcançar. Verificou-se a normalidade dos dados através do teste de Shapiro-Wilk. Alicerçado nestes resultados, utilizou-se o Anova two way, com post hoc de Sidak, para duas amostras independentes a fim de identificar o efeito do treino nos testes de salto horizontal e sentar-e-alcançar. O teste de Mann Whitney foi utilizado para verificar a diferença da melhora entre grupos no teste de força, e o teste t independente para verificar a diferença da melhora entre grupos do teste de sentar-e-alcançar.
RESULTADOS: Verifica-se que houve diferença entre as médias entre as diferentes avaliações (tempo) no teste de salto horizontal [F(2,48)=10,282; p<0,05] e flexibilidade [F(2,48)=10,298; p>0,05). No salto horizontal a diferença significativa ocorreu no grupo GTF (p<0,05). Na flexibilidade, a diferença significativa ocorreu no GTFF (p<0,05). Na comparação entre grupos, o teste de Mann Whitney retornou valor de p=0,924 no teste de força. Não obstante, o teste t independente retornou valor de p=0,106 no teste de sentar-e-alcançar.
CONCLUSÃO: Conclui-se que em face a importância da flexibilidade para atletas de voleibol, ainda que a GTFF não tenha apresentado melhora significativa no teste de impulsão vertical, não é possível refutar a utilização do treino de força aliado ao treino de flexibilidade.

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