Resumo

A prática de exercícios físicos é uma grande aliada da população no controle da obesidade. Porém, a aderência de obesos em programas de exercícios físicos, principalmente em academias ainda é muito pequena e isso se deve a uma série de fatores, dentre eles o emocional, o físico e o financeiro. O objetivo desde estudo foi avaliar o efeito de um programa de exercícios físicos monitorado à distância na aptidão física de mulheres obesas. Foram triadas e avaliadas mulheres obesas com Índice de Massa Corporal (IMC) >30 e < 55 kg/m2 e com idade entre 20 e 59 anos. A avaliação inicial foi constituída de avaliação antropométrica como estatura, massa corporal (MC), circunferências da cintura (CC) e do quadril (CQ), aptidão cardiorrespiratória de forma indireta, por meio do teste do degrau 6 minutos (TD6), capacidade funcional por meio do Incremental Shuttle Walking Test (ISWT), força indireta dos membros inferiores por meio dos testes de sentar e levantar e flexibilidade do tronco e dos músculos isquiotibiais, pelo teste de sentar e alcançar. Todas as voluntárias receberam orientações gerais sobre os benefícios da realização de exercícios físicos e foram orientadas quanto a realização dos mesmos por meio de instruções específicas e demonstrações dos protocolos de exercícios contidos em cartilha de exercícios elaborada pelos pesquisadores. Após as devidas orientações as voluntárias foram pareadas por idade e IMC e divididas em dois grupos. O grupo treinamento monitorado à distância (GTMD), foi formado por quatorze voluntárias, que receberam ligações e mensagens telefônicas para controle, incentivo e motivação na realização das sessões de treinamento durante a semana e, ao final de cada mês, por meio de uma nova sessão, foram feitas readequações dos exercícios em relação ao número de séries e de repetições. O programa de treinamento constou de aquecimento, exercícios aeróbios, exercícios de força muscular e desaquecimento, teve duração de três meses, realizados três vezes por semana com duração aproximadamente uma hora cada sessão. O grupo controle (GC) foi formado por quatorze voluntárias sendo que todas receberam as mesmas orientações iniciais e a cartilha de treinamento, porém não receberam nenhuma ligação telefônica ou qualquer tipo de contato. Ao final do terceiro mês os dois grupos foram reavaliados. Os resultados evidenciaram que as voluntárias do GTMD obtiveram após o treinamento, redução significativa da MC em quilogramas (Kg) (de 106,9±22 para 102,5±23,9; p=0,006), do IMC em Kg/m2 (de 41,2±6,6 para 39,5±7,4; p=0,005), da CC em centímetros (cm) (de 109±14 para 106±13; p=0,009), da CQ em cm (de 130±12 para 126+13; p=0,04), aumento da distância percorrida no ISWT em metros (m) (de 322±61 para 388±82; p=0,001), aumento do número de subidas avaliadas no TD6 (de 136±20 para148±24; p=0,01), aumento do número de movimentos de sentar e levantar (de 11±1,7 para 13,4±2,5 p=0,0001) e melhora da flexibilidade avaliada através do teste de sentar e alcançar em cm (de 23,3±10,1para 26,7±10,7 p=0,0001). Quando comparados os dois grupos por meio das diferenças, o GTMD também obteve redução significativa da MC (de 0,76 para – 4,39; p=0,02), IMC (de 0,08 para -1,71 p=0,01), da CQ (de 1,86 para -3,86; p=0,01), e aumento significativo da distância percorrida no ISWT (de 12,36 para 55,71; p=0,02), do número de subidas avaliadas no TD6 (de 2,79 para 11,7 p=0,001), do número de movimentos de sentar e levantar (de -2,29 para 2,76 p=0,0006) e da flexibilidade do tronco e de músculos isquiotibiais verificada através do teste de sentar e alcançar (de -1,04 para 3,43 p=0,007). Desta forma pode- se concluir 7 que o programa de exercícios físicos monitorado à distância, teve efeitos benéficos, melhorando todos os componentes da aptidão física de mulheres obesas.

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