Resumo

A preparação para a atividade esportiva frequentemente envolve aquecimento e/ou alongamento, no intuito de prevenir lesões e/ou melhorar o desempenho. No entanto, a maneira como essas práticas podem interferir nos mecanismos neuromusculares de controle articular não é clara Analisar o efeito imediato do alongamento e do aquecimento, isolados ou associados, no tempo de latência muscular (TLM) e na amplitude de ativação dos isquiotibiais, após perturbações repentinas da articulação do joelho. Sessenta voluntários do sexo feminino (média de idade de 22,3 ± 1,7 anos e IMC 21,4 ± 1,3 kg/cm2) foram divididas aleatoriamente em quatro grupos: (1) controle, (2) aquecimento, (3) alongamento, (4) aquecimento + alongamento. A atividade elétrica dos isquiotibiais foi captada por eletromiografia de superfície durante uma perturbação súbita do joelho. Um eletrogoniômetro detectou o início da variação angular, enquanto os eletrodos captaram o início e a amplitude da atividade muscular antes e após as intervenções. Como procedimento estatístico utilizou-se ANOVA two-way e post-hoc de Tukey, considerando-se como nível de significância p < 0,05 O TLM do bíceps femoral e do semitendíneo foi reduzido nos grupos 3 (p = 0,048 e 0,027, respectivamente) e 4 (p = 0,026 e 0,039, respectivamente). Não houve alteração significativa da amplitude de ativação muscular nos grupos avaliados. Os dados do presente estudo sugerem que, embora não tenham sido observadas alterações na amplitude eletromiográfica, o alongamento passivo e estático, utilizado de forma isolada ou associado ao aquecimento, promoveu uma redução do TLM dos isquiotibiais. Essa redução pode vir a ser um fator de proteção de lesões musculares e articulares, após uma perturbação súbita, como as que ocorrem na prática desportiva.

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