Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da técnica de oclusão vascular durante um exercício prévio de moderada intensidade na cinética dos parâmetros ventilatórios em um exercício de alta intensidade subsequente. Dez mulheres jovens (21,3 ± 2,21 anos; 55,65 ± 8,85 kg; 1,61 ± 0,07 m; 1475,8 ± 315,63 mL/min) fisicamente ativas realizaram em 3 dias diferentes os seguintes testes em cicloergômetro de frenagem eletromagnética: 1) teste de carga incremental até exaustão voluntária para determinação das variáveis máximas (consumo máximo de oxigênio, VO2máx) e submáximas (Limiar Ventilatório, LV); 2) uma sessão de exercício em carga constante com 6min de duração em intensidade moderada abaixo do limiar anaeróbio, seguido de um intervalo de 15 min e um exercício subsequente de alta intensidade (80%Δ VO2max) 3) uma sessão de exercício em carga constante com 6min de duração em intensidade moderada abaixo do limiar anaeróbio com o uso de oclusão vascular, seguido de um intervalo de 15 min e um exercício subsequente de alta intensidade (80%Δ VO2max). O componente lento de O2 foi encontrado em 06 dos 10 indivíduos estudados (P < 0,05). Houve diferença entre os grupos na magnitude do componente lento de O2 (controle: Δ O2p = 288 ± 87 versus oclusão: 155 ± 62 ml/min). Nas variáveis frequência cardíaca e débito cardíaco a dinâmica de ambas foram mais aceleradas significativamente após a oclusão comparado com a condição controle (FC: 107 ± 41 e 44,6 ± 11 s versus 69 ± 21 e 60 ± 16 s) e (DC: 77 ± 20,5 e 27 ± 5 versus 41,7 ± 11 e 33 ± 7 s). Como observado no VO2p, o componente lento de O2 destas variáveis foi encontrado em 8 indivíduos (P < 0,05). O componente de O2 foi significativamente menor para DC após o exercício de oclusão em comparação ao controle (controle: ΔDC = 1,5 ± 0,54 versus oclusão: 0,88 ± 0,32 l/min). Podemos concluir que a cinética do VO2 foi acelerada após o exercício prévio realizado com a oclusão vascular, sugerindo uma melhora na oferta de O2 induzida pelas modificações no fluxo sanguíneo. Estes dados também demonstraram uma resposta positiva após a intervenção de oclusão vascular nas variáveis frequência cardíaca e débito cardíaco, além da melhora na tolerância ao exercício.

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