Resumo

Objetivo: avaliar os efeitos imediatos da manipulação de AVBA (alta velocidade e baixa amplitude) na sensibilidade dolorosa e nos parâmetros de avaliação do controle postural em participantes com dor lombar de origem inespecífica. Desenho do estudo: ensaio clínico randomizado, duplo cego (paciente e avaliador dos desfechos), com a presença de dois grupos, controle e intervenção. Contexto: a dor lombar é um problema crescente em vários países do mundo com a geração de altos custos em seu manuseio para os serviços de saúde. A implementação de técnicas de avaliação e tratamento são imperativos no entendimento e manejo dos sujeitos com dor lombar. A manipulação de AVBA lombar torna-se uma das formas de tratamento seguras e com baixo custo para a melhora da dor e da capacidade funcional de sujeitos com dor lombar de origem inespecífica. Método: 24 participantes, distribuídos em dois grupos, controle (recebeu manipulação simulada, apenas posicionamento) e intervenção (manipulação de AVBA lombar), 12 em cada grupo, de maneira aleatória, os quais preencheram os critérios da regra de predição clínica (dor inferior a 16 dias, dor que não passe do joelho, escore inferior a 19 no questionário de medos e crenças, rigidez vertebral e rotação interna de quadril maior que 35 graus, uni ou bilateralmente) para utilização da manipulação de AVBA. Foi utilizado a escala numérica de dor e a avaliação com algômetro (instrumento que avalia o limiar de pressão dolorosa) nos eretores da coluna lombar e no processo espinhoso (L1-L5 avaliado através do teste palpatório de pressão póstero-anterior), antes e depois da manipulação de AVBA lombar. Para avaliação das variáveis do controle postural, se fez uso da plataforma de força a qual mensurou a força de reação do solo, e partir desta utilizamos como variáveis a área da elipse, comprimento da trajetória e velocidade RMS para avaliação das alterações da posição do centro de pressão. Foram realizadas três repetições de cada estratégia do tornozelo (postura ereta semi estática) e do quadril (postura ereta semi estática em uma base de suporte menor nas direções ântero posterior) antes e após a manipulação simulada e manipulação de AVBA lombar. Resultados: obtivemos significância estatística na sensibilidade dolorosa, na escala numérica de dor, com diminuição da dor em ambos os grupos controle (p=0,01) e intervenção (p=0,02). Na avaliação com algômetro obtivemos significância estatística nos participantes alocados apenas para o grupo intervenção e na região do eretor esquerdo (p=0,04). Nas variáveis do controle postural, as quais foram avaliadas com ANOVA(s) de 4, 3 e 2 fatores, obtivemos diferenças significativas nos fatores principais estratégias e direção, com a estratégia do quadril tendo uma área e um comprimento de trajetória maior em comparação à estratégia do tornozelo, e a direção ântero-posterior apresentando um comprimento de trajetória maior, quando comparada à direção médio-lateral. Conclusão: Podemos estabelecer que os resultados e efeitos observados na escala numérica de dor e na algometria, foram atribuídos à resposta placebo da terapia manual e a modificação neurofisiológica provocada pela manipulação de AVBA na coluna lombar, respectivamente. Tornando desta forma, a técnica de manipulação uma ferramenta terapêutica para diminuição da dor nos pacientes com queixa lombar, respeitando as características de apresentação clínica e funcional de cada paciente para a aplicação da técnica de manipulação. Não foi possível demonstrar influência da manipulação lombar nos parâmetros posturais.

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