Resumo

A reabilitação cardíaca, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é o somatório das atividades necessárias para garantir aos pacientes portadores de cardiopatia as melhores condições físicas, mentais e sociais, de forma que eles consigam, pelo seu próprio esforço, reconquistar uma posição normal na comunidade e levar uma vida ativa e produtiva. Atualmente, as novas técnicas terapêuticas permitem que a maioria dos pacientes tenha alta hospitalar precocemente após infarto, sem perder a capacidade funcional e que possa iniciar um programa de exercícios físicos supervisionados. Sendo assim, o objetivo deste estudo é analisar e documentar os efeitos de um programa de reabilitação cardíaca no somatório de dobras cutâneas, índice de massa corporal (IMC), perimetria de cintura e abdômen e massa coporal em participantes do referido programa. A amostra foi composta por 24 indivíduos com média de idade de 59±11 anos, sendo 10 do sexo masculino (42%/24) com idade de 62±8 anos e 14 do sexo feminino (58%/24) com média de idade de 57±13 anos. A metodologia referiu-se a análise dos prontuários dos participantes no primeiro semestre do ano de 2012 que realizaram as seguintes avaliações; ao ingressarem no programa e após 12 semanas de treinamento: a composição corporal através do somatório de dobras cutâneas obtidos através do método ISAK além de, massa corporal, perimetria de cintura e abdômen e índice de massa corporal. Para a análise estatística utilizou-se o software GraphPad Instat e as variáveis foram tratadas pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Os resultados mostraram que o somatório de dobras diminuiu significativamente após 12 semanas de treinamento (73±23,73 pré e 70±24 pós). A perimetria de cintura reduziu no sexo masculino (100±12 pré e 98±11 pós) e no sexo feminino manteve a mesma medida (87±11); já na perimetria de abdômen ocorreu o inverso: os indivíduos do sexo masculino aumentaram (102±10 pré e 104±11 pós) e os indivíduos do sexo feminino reduziram a perimetria (99±10 pré e 98±11), ambos os grupos ficando classificados como risco muito aumentado de desenvolver doenças cardíacas por conta do volume abdominal de acordo com a OMS. Em relação ao IMC não houve diferenças com ambos os grupos, com IMC de 28Kg/m2, classificando-os como sobrepeso segundo a OMS. A partir dos resultados apresentados, concluímos que pacientes cardiopatas que ingressam em um programa de reabilitação cardíaca, apresentam resultados positivos já nos primeiros 3 meses de treinamento, principalmente no que refere-se ao acúmulo de gordura corporal, entretanto, 3 meses não parecem ser suficientes para diminuição da perimetria abdominal.

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