Resumo

O presente estudo teve por objetivo investigar em que medida um programa de atividades físicas para a criança asmática pode modificar a função pulmonar, observando-se as seguintes variáveis dessa função: capacidade vital forçada (FVC, em litros), volume expiratório forçado entre 0,2 e 1,2 litros (FEV1, em litros), fluxo expiratório forçado entre 0,2 e 1,2 litros (FEF, em litros por segundo), fluxo expiratório entre 25% e 75% da FVC (FMP, em litros por segundo) e o tempo médio de trânsito do ar (MTT, em segundos). Participaram deste estudo 50 crianças na faixa etária de 5 anos e 8 meses a 15 anos, alunos do projeto "Atividades físicas adaptadas ao portador de asma" do Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo. O programa de atividades físicas foi desenvolvido de março de 1988 a março de 1989. As aulas, com duração de uma hora e trinta minutos, foram ministradas em dois dias semanais, alternados, sendo divididas em duas partes: 45 minutos de atividades no ginásio e 45 minutos de atividades no meio líquido. Foi desenvolvido, simultaneamente, um programa educativo com aulas de orientação aos pais sobre a diversidade de fatores etiopatogênicos do ambiente e dos hábitos de vida que atuam no desencadeamento da crise asmática na criança. Os traçados espirográficos foram obtidos utilizando-se o espirômetro Vitalograph. Um logicial para computador analisou os pontos analógicos obtidos. Os dados do presente estudo mostram que um programa regular de atividades físicas, com duração de um ano, pode melhorar a mecânica respiratória e tornar mais eficaz a ventilação pulmonar de crianças asmáticas. Os resultados colocam em evidência a melhora do fluxo expiratório forçado entre 0,2 e 1,2 litros (FEF) e do tempo médio de trânsito do ar (MTT). Esses resultados mostram que não há alteração significativa para capacidade vital forçada (FVC), volume expiratório no primeiro segundo (FEV1) e fluxo expiratório entre 25% e 75% da PVC (FMF) nas provas de função pulmonar realizadas mas indicam uma tendência para melhora. Apesar dos dados terem evidenciado uma melhora nas variáveis FEF e MTT é preciso que se realizem outros estudos envolvendo um grupo controle e com separação de faixas etárias.

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