Resumo

A partir do começo do século XX, o despontar do interesse em busca de uma interpretação crível em torno da teatralidade levou diretores e atores à pesquisa cada vez maior em direção ao treinamento do ator. A preparação e a criação que gravita em torno do corpo consciente para atingir estados, sentimentos e a imaginação preconizada pelo diretor russo Constantin Stanislavski (1863-1938), se tornou base para a consequente evolução do trabalho do artista teatral. Desta forma, a inclinação para a atividade física na formação do ator, incluindo a técnica acrobática, beira o estado limiar entre o atleta e o ator: o artista francês Antonin Artaud (1896-1948) fala em Atletismo Afetivo, afirmando que “o ator é um atleta do coração”, a encenadora francesa Ariane Mnouchkine (1939-) declara que “a imaginação é um músculo” e o ator francês Serge Nicolaï propõe que o ator é “o atleta do sentimento”. Portanto, a partir de experiências pessoais do pesquisador com treinamento de acrobacias - inicialmente como ginasta e seguidamente como ator – desenvolve-se uma investigação que parte da premissa de que as atividades acrobáticas estimulam qualidades psicofísicas essenciais para a performance o intérprete cênico – seja ele ator, dançarino ou artista circense. Para o desenvolvimento do estudo foram realizados leituras e fichamentos de livros e artigos científicos das áreas do Teatro, executando o levantamento e reflexão sobre escritos que relacionam os elementos gímnicos ao trabalho do ator; e Educação Física, para exploração dos benefícios dos mesmos e a criação de um registro de repertório contendo numerosos exercícios. Além do embasamento teórico, atentouse à auto avaliação e à reflexão da própria prática e condução de oficinas e workshops para experimentação e verificação com outros corpos, proporcionando a criação de um sistema de trabalho autoral e singular da técnica acrobática para atores.

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