Resumo

Nascida em Divinópolis, Minas Gerais, no ano de 1935, Adélia Prado, uma das mais importantes poetas brasileiras, estreou em 1976 com a obra Bagagem. Dois anos depois, ganhou o prêmio Jabuti pelo seu segundo livro Coração disparado. Fez Magistério e Filosofia. Casada, tem cinco filhos e seis netos. Vivendo desde sempre no sossego de sua cidade natal, Adélia dispensa máquina de escrever e computador. Seus poemas brotam do lápis bem apontado. Dessa forma produziu 11 livros. A respeito dela assim se expressou Carlos Drummond de Andrade: "Adélia é líquida, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo: esta é a lei; não a dos homens, mas de Deus. Adélia é fogo, fogo de Deus em Divinópolis". Nesta entrevista concedida à revista A Terceira Idade, além de comentar sobre o seu fazer literário, Adélia aborda o tema da velhice, do envelhecimento, da morte, do relacionamento entre as gerações, entre outros. "Quando chega na Terceira Idade, a pessoa topa com o limite, o corpo não lhe obedece como antes, ela necessita de determinados auxílios, o seu poder fica em xeque. Então se volta naturalmente para aquilo que de fato é o poder, a força, a vida verdadeira, e isso é sempre de ordem espiritual. A maior proximidade com a morte e com a doença tem essa vantagem. Quando não tem, a gente vira um velho patético"